Continua após publicidade

Escola de Dança do Theatro Municipal do Rio celebra 94 anos

Para relembrar a trajetória da instituição, foi lançado o e-book Professores que Construíram Nossa História, disponível nas redes sociais do teatro

Por Agência Brasil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 abr 2021, 13h38 - Publicado em 28 abr 2021, 13h33
Theatro Municipal - Alunos da EEDMO
Escola Estadual de Dança Maria Olenewa: grande parte dos alunos é composta por jovens talentos sem condições de pagar por seus estudos (Carlos Veras/Divulgação)
Continua após publicidade

A Escola Estadual de Dança Maria Olenewa do Theatro Municipal do Rio completou na terça (27) 94 anos com o lançamento do e-book Professores que Construíram Nossa História. Com depoimentos de diversos docentes da mais antiga e tradicional escola de formação em balé clássico no Brasil, o e-book está disponível nas redes sociais do Theatro Municipal.Escola de Dança do Theatro Municipal do Rio celebra 94 anosEscola de Dança do Theatro Municipal do Rio celebra 94 anos

+ Sala Cecília Meireles terá concertos presenciais neste fim de semana

Também para lembrar a data, a instituição fez um evento ao vivo para falar sobre a trajetória da escola, a partir da pesquisa feita por Paulo Melgaço, professor de História da Dança desde 1993. “Para comemorarmos o aniversário de 94 anos da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, estamos homenageando todos os mestres que por aqui passaram e contribuíram para o desenvolvimento e a formação de milhares de alunos ao longo dos tempos”, reconhece o professor.

A bailarina e também professora Liana Vasconcelos destacou três palavras fundamentais para uma escola de formação em balé clássico: memória, tradição e evolução. “Nós, professores, ensinamos aos nossos alunos, ao longo dos seus nove anos de formação, a importância da valorização da memória de nossa escola e de todos aqueles que fizeram parte dessa história.”

+ Estrela do filme Soul, 22 ganha curta que explica sua antipatia pela Terra

A trajetória

Todos os anos, de 30 a 40 novos alunos ingressam na Escola de Dança do Theatro Municipal. Entretanto, nem todos concluem os estudos. São seis anos de curso preparatório e mais três anos de curso técnico. O diretor da escola, Hélio Bejani, destaca que a jornada exige muita disciplina, treino e aptidão física. “O estudo é duro. É preciso ter aptidão física, apesar de ela ser uma escola pública. Mas por ser técnica, ela exige aptidão física.”

Continua após a publicidade

Com a desistência de muitos alunos, cerca de 20 se formam por ano, em média. “Nesses 94 anos, você imagina o número de bailarinos formados pela escola”, contabiliza.

+ As Baías e Luedji Luna são atrações de festival sobre força feminina

Segundo Bejani, o interesse pelo balé tem aumentado entre os rapazes. “Hoje, os meninos começam mais cedo”. Ele, ao contrário, começou o curso aos 22 anos, após se graduar em engenharia. “Tive que batalhar muito até chegar a primeiro bailarino do teatro. A condição física me ajudou também.”

Dos 270 estudantes da escola, somente 40 são rapazes. Mas, de acordo com o diretor, o preconceito hoje está menos concentrado na questão de gênero e migrou para o quesito econômico. “Dizem que é uma profissão que não dá futuro, uma profissão muito difícil”, diz Bejani que está à frente da escola há quase quatro anos.

Continua após a publicidade

+ Museus na palma da mão

Para os próximos anos, a ideia, segundo ele, é manter vivo o legado técnico, artístico e pedagógico deixado pela bailarina russa e fundadora da escola Maria Olenewa. “O que eu procuro fazer é isso: melhorar as condições possíveis mas, acima de tudo, manter o que já foi conquistado até hoje. Não pode andar para trás”.

Pandemia

Durante a pandemia da Covid-19, a escola procurou manter todas as disciplinas de forma remota. No último mês, as aulas presenciais começaram a ser retomadas, mas em sistema híbrido (mantendo o ensino virtual).

A infraestrutura da escola é garantida pelo governo fluminense, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio, mas, para se manter, a instituição precisa de doações e conta com apoio da Associação dos Amigos do Theatro Municipal.

Continua após a publicidade

+ Cinco peças de teatro on-line que flertam com o cinema

“A escola é pública. Ninguém paga nada para estudar lá”, garante o diretor. Ela depende, entretanto, da “generosidade de pais que podem contribuir” e demais doadores.

“Mas ninguém deixa de estudar na escola de dança por não poder contribuir”, destacou Bejani, afirmando que a grande maioria dos alunos é composta de crianças sem condições financeiras. “Isso [as aulas de dança] cria para elas um sonho a mais, uma possibilidade a mais”, reflete.

+ Comuna reabre na Lapa com drinques e os famosos hambúrgueres

Continua após a publicidade

Apesar de não terem que desembolsar dinheiro para cursar a escola de dança, os alunos têm que comprovar que estão matriculados e frequentando a escola regular. Segundo o diretor, a metodologia da escola consiste em usar o balé como ferramenta para educar.

“Estamos formando cidadãos. Não estamos só formando bailarinos. Precisa prepará-los emocionalmente e cognitivamente para a vida, para o futuro, para enfrentar com mais tranquilidade as impermanências da vida. Vide o que a gente está passando agora”, disse se referindo à pandemia.

+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui

Para Bejani, se os profissionais da saúde lutam para garantir a vida dos brasileiros na pandemia, os trabalhadores da cultura são os médicos da alma. “Um povo sem cultura é um povo sem alma”, destaca o diretor.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.