Aquela Cia de Teatro comemora 15 anos com maratona de peças on-line
Peças da trilogia carioca Cara de Cavalo, Carangejo Overdrive e Guanabara Canibal ganharam versões on-line que serão apresentadas até 26 de junho
Fundada em 2005, no Rio, a Aquela Cia de Teatro não pôde celebrar os 15 anos de atividades ininterruptas no palco, com plateias lotadas.
A partir de sábado (12), a trupe apresenta, pela internet, experimentos audiovisuais criados a partir de seu repertório artístico. A mostra digital acontece dentro da plataforma Sympla e a cada sábado, até o final de junho, serão disponibilizadas duas peças que compõem a premiada trilogia da companhia: Cara de Cavalo, Caranguejo Overdrive e Guanabara Canibal.
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No dia 19, haverá, ao final da exibição, um bate-papo ao vivo com os artistas Pedro Kosovski, Marco André Nunes, Carolina Virgüez, Ricardo Kosovski, Matheus Macena e Raquel Villar.
“Essa mostra celebra 15 anos da minha parceria com Marco André Nunes e apresenta obras que redefinem a memória do Rio de Janeiro, retorcida pela força da imaginação poética. A cidade, muitas vezes hostil, muitas vezes delirante, reencanta-se através dessas narrativas, personagens e paisagens até então adormecidas”, afirma o autor Pedro Kosovski.
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Cara de Cavalo tem como ponto de partida o personagem histórico homônimo que, em 1964, ano do golpe militar no Brasil, foi considerado o inimigo público número 1 da cidade do Rio de Janeiro e dialoga com a estética do artista carioca Hélio Oiticica.
Caranguejo Overdrive, a mais célebre obra da trilogia, se passa na segunda metade do século XIX, época da formação urbanística da cidade. A peça narra a trajetória de Cosme, um ex-combatente da Guerra do Paraguai que, ao voltar ao Rio, encontra a cidade completamente modificada.
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O mangue na região central da cidade, onde o protagonista foi criado e no qual buscava sua sobrevivência, foi aterrado e deu lugar à sede administrativa. Até que o calor do verão traz uma tempestade tropical que inunda a cidade, eletrifica o que restou do antigo mangue e provoca novas e inesperadas transformações.
Por fim, Guanabara Canibal verticaliza ainda mais a relação com tempo e linguagem, deslocando a memórias para documentos e registros da fundação da cidade do Rio de Janeiro, no período colonial. E, num gesto de descolonizar a forma de pensar a história, a obra assume a palavra para dar voz a outras versões das nossas origens e refletir sobre a violência.
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Confira a programação:
12 de junho: 20h – Cara de Cavalo | Caranguejo Overdrive
19 de junho: 20h – Cara de Cavalo | Caranguejo Overdrive
26 de junho: 20h – Caranguejo Overdrive | Guanabara Canibal
O acesso é pela Sympla.