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80 encontros inesquecíveis

Cariocas de nascença e de coração relembram visitas ao Cristo e descrevem suas impressões sobre a beleza e a imponência do monumento

Por Da Redação
Atualizado em 5 jun 2017, 14h49 - Publicado em 3 out 2011, 21h36
Lilia Cabral
Lilia Cabral (Divulgação/)
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“Visitei tantas vezes o pico do Corcovado que um dia resolvi morar no Cosme Velho, debaixo da estátua. Meu caminho diário, ao sair de casa a pé, com aquele monumento me seguindo com olhos de paz serena, fez com que chegasse à inspiração de batizar de ?Redentor? o troféu do Festival de Cinema do Rio.”

Marcos Didonet, diretor e produtor cinematográfico

“Gravei uma cena lá em cima, durante a novela A Favorita. Foi estranho, porque, quando percebi, as pessoas estavam tirando fotos de mim, e não da estátua nem da paisagem. Veja só! Eu, dividindo a atenção com o Cristo.”

Lilia Cabral, atriz

“Na década de 60, eu era garoto e ia com o meu pai, que trabalhava como gerente de um hotel, levar turistas a vários pontos da cidade. Mas a estrela dos passeios era sempre o Cristo.”

Marco Nanini, ator

Marco Nanini
Marco Nanini ()

“Uma vez fui lá com minha mãe, que estava doente, com câncer. E ela, apesar de cansada, não reclamou das escadas que teve de subir. Ele nos protege, e do meu apartamento, no 20º andar, eu vejo a estátua todos os dias.”

Mirian Goldenberg, antropóloga

“Terra, Brasil, Rio, Corcovado, Cristo. Um dia passeava pelo Santuário e descobri que há uma capelinha lá em cima. Trata-se de um lugar do bem, onde se unem interior e exterior.”

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Angela Ro Ro, cantora e compositora

“Sempre amei ir ao Cristo. Meus tios de Minas vinham me visitar nas férias escolares de julho e subíamos de trem. Ou seja, frio na janela, aquele vento gélido. Mas lá em cima, em compensação, sempre céu claro.”

Constança Basto, estilista

“Quando estive no Corcovado, num evento para a escolha do Cristo como uma das sete maravilhas do mundo, estava ali fazendo campanha para algo grandioso. Não pensei que fosse me emocionar tanto.”

Christiane Torloni, atriz

“Faço uma imitação fajuta de guia turístico quando levo amigos lá em cima, apontando os bairros da cidade e tentando me lembrar de datas e fatos históricos. Acho que, olhando de baixo, a beleza do Cristo não está completa.”

Léo Jaime, cantor e compositor

“Fui pela primeira vez ainda criança. Hoje em dia, o que mais adoro na minha casa é que todos os dias eu acordo e vejo o Cristo olhando para mim.”

Marieta Severo, atriz

“Um dia levei meus quatro filhos de trem, uma aventura. De lá de cima, fiquei mostrando a eles alguns pontos da cidade que tivessem a ver com esportes, como o Maracanã e a sede do Flamengo, na Gávea.”

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Patrícia Amorim, ex-nadadora, presidente do Flamengo

“Mais nova que meus irmãos, fui lá ainda bebê. Cresci e pedia: ?Mãe, me leva na estátua?? Resposta: ?Você já foi?. Virei alpinista e voltei só. Hoje meus pais, receosos, se perguntam: ?Por que não a levamos quando ela pediu??.”

Fernanda Mourão, empresária

“Morar em Botafogo tem isso de bom: o Cristo está sempre olhando para a gente, fica emoldurado pelas nossas janelas.”

Nathalia Dill, atriz

“Em 1993, levei alguns dançarinos da Madonna para conhecer o Cristo. Foi fantástico, um superpasseio. E depois disso promovi vários desfiles lá.”

Sergio Mattos, agente de modelos

“Meus amigos e eu matamos muita aula, geralmente de educação física ou de coral, para pegar o trenzinho escondidos e subir até o Corcovado. Não havia muitas favelas, muito menos traficantes, nem lixo ao redor do caminho. Apenas micos, pássaros e o rangido do vagão nos trilhos.”

Chicô Gouvêa, decorador

“Cheguei ao Rio, vindo do Ceará, e desde que vi a estátua sonhava em um dia alcançar os seus braços. Realizei meu sonho, beijando a mão direita. Apesar do perigo, fui tomado de uma das mais fortes emoções que já vivi. Aquele momento foi singular e marcou a minha vida para sempre. Foi naquela hora, naquele pequeno gesto, que eu pude constatar que quando um homem ultrapassa os seus limites ele está bem perto de Deus.”

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Renato Aragão, humorista

Renato Aragão
Renato Aragão ()

“Com meu marido, a prima dele que morava em Londres e o namorado dela, Steve Hackett, do Genesis, fizemos lá em cima um filme em Super 8. Eram os anos 70, nós de cabelos longos e calças com boca de sino.”

Patricia Mayer, organizadora do evento de decoração Casa Cor

“Quando sobrevoei a estátua pela primeira vez, a emoção tomou conta do meu corpo e eu fiquei totalmente anestesiado. Só nos voos seguintes é que consegui observar sua beleza em detalhes. Vi até os dedinhos dele.”

Erick Vills, piloto de asa-delta

“Sou um privilegiado, pois moro na Gávea e trabalho na Lagoa, ou seja, vejo o Cristo o tempo todo. Visito o monumento todo mês, e quando o Flamengo é campeão também.”

Mário Andrade, dono do restaurante Palaphita Kitch

“Era pequeno, em Laranjeiras, e olhava para o Cristo para saber se ia dar praia ou não. Estátua encoberta, neca de areia. Era como um código.”

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Arnaldo Danemberg, antiquário

“Fiquei tão emocionado com o gol do Assis no finzinho da partida (no Carioca de 1983, num jogo decisivo contra o Flamengo) que a única forma que encontrei para retribuir aquele milagre foi subir a pé até o Corcovado e colocar uma faixa do Fluminense aos pés do Cristo.”

Heitor D?Alincourt, produtor de TV

Heitor D’Alincourt
Heitor D’Alincourt ()

“Muitas vezes, em dias com chuva e céu nublado, de repente se rasgam as nuvens e aparece um raio de sol. Acontece de verdade. Todos ficam arrepiados. Já levei tanta gente lá… Sou madrinha do Cristo.”

Gisela Amaral, socialite

“Sempre me pergunto por que não vou mais vezes ao Cristo. Acho que é uma coisa de carioca, que acaba não indo muito. Mas já visitei oito vezes. E dou nota 10 aos elevadores e às escadas rolantes.”

Luiza Valdetaro, atriz

“Sou do Sul e senti que a minha recepção no Rio só aconteceu de fato depois que fui ao Cristo.”

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Miguel Roncato, ator

“Se Deus é brasileiro, o filho é carioca, orgulho nosso. De braços abertos, dizem os otimistas; com mãos ao alto, segundo os pessimistas. Mas, definitivamente, e para a sorte do Rio, já se vão oitenta anos que ele está entre nós.”

Marcius Melhem, ator e humorista

“Minha filha Melissa, hoje com 5 anos, foi batizada no Cristo. A capela estava em obras, e, por isso, a cerimônia aconteceu num altar improvisado ao ar livre, aos pés da estátua. Os visitantes pararam para ver e participaram, dizendo o nome dos seus santos de devoção, em vários idiomas, pedindo que abençoassem meu bebê.”

Ana Paula Araújo, jornalista e apresentadora de TV

“O Cristo simboliza o amor. Sempre que vou lá, eu me emociono.”

Xuxa, apresentadora de TV

Xuxa
Xuxa ()

“O que me impressiona é a altura. Lá de cima, todas as pessoas parecem formiguinhas.”

Lucy Ramos, atriz

“Quando eu era adolescente, em um colégio de padres na cidade paulista de Pirassununga, não me cansava de admirar a pintura de um quadro que representava um morro muito alto, com algo que parecia ter uma cruz bem lá em cima. Nunca me ocorreu a ideia de que tal lugar existisse realmente, na verdade sempre me pareceu ser o simples capricho de algum competente artista. Ao chegar ao Rio, em Botafogo, levei um susto: estava no mesmo lugar de onde o tal artista havia pintado o quadro. Talvez por isso nunca mais eu tenha saído daqui.”

Flávio Migliaccio, ator

“Foi no ano 2000. Eu e mais cinco amigos decidimos visitar o Cristo, mas de uma maneira diferente. Fomos a pé, a partir de uma trilha na mata, saindo do Parque Lage. Na época, o Morro Dona Marta ainda não era pacificado, nós nos aventuramos mesmo. Mas agora, lembrando essa história, não é que deu vontade de repetir a dose? E digo mais: vou tentar fazer o programa ainda neste mês, em homenagem

ao aniversário de 80 anos da estátua.”

Carlos Werneck, sócio dos Hotéis Marina

“Na década de 70, o Vasco treinava nas Paineiras, uma subida pesada, dura. Mas tinha uma compensação no fim. Os atletas iam entrando no pátio da estátua, viam aquela maravilha e cada um abria os braços e gritava bem alto: ?Chegamos, ufa, graças a Deus?. Suados, exaustos, mas felizes.”

Roberto Dinamite, ex-jogador, presidente do Vasco

“Já toquei com a Blitz lá em cima, há alguns anos, num show de réveillon. Ver a cidade de lá, com suas alegrias e tristezas, com todos os seus contrastes, foi especial, com muitos fogos de artifício, explosão de luzes e até balas traçantes.”

Evandro Mesquita, cantor e compositor

Evandro Mesquita
Evandro Mesquita ()

“Levei dois anos procurando um apartamento para morar no Rio. Muita gente me perguntava por que este ?mineiro-paulista? demorava tanto para achar um lugar legal. A resposta era simples: eu tinha de encontrar uma janela que tivesse vista para o Cristo Redentor, lugar especial, aonde já fui várias vezes.”Zeca Camargo, jornalista e apresentador de TV

“Uma história que me marcou muito foi durante as filmagens de O Homem que Copiava, do Jorge Furtado. Fiz uma participação na cena final como o pai da personagem da Leandra Leal. Pai e filha se reencontravam justamente aos pés do Cristo. Foi lindo. É um monumento bonito, ímpar, de beleza inestimável, com traço art déco forte e linhas geométricas que formam uma deliciosa harmonia franco-brasileira.”

Paulo José, ator

“É um passeio agradável, e a gente se sente seguro lá em cima. Muito carioca deixa de ir porque considera ?programa de turista?. Nada a ver. O visual é inesquecível.”

Lisht Marinho, joalheiro

“Na primeira vez em que fiz a trilha para o Cristo Redentor de bicicleta, pensei que seria impossível subir a Estrada das Paineiras sem o equipamento adequado. Fui mesmo assim, mas achei que era uma coisa meio de super-homem. É impossível chegar lá e não sorrir, mesmo depois de tanto esforço. Engraçado pensar nisso hoje, anos depois, pois subir a trilha virou parte de meu treino de triatlo, e agora vou ao topo do Corcovado uma vez por semana de bike.”

Lauro Wöllner, empresário da área de moda

Lauro Wöllner
Lauro Wöllner ()

“Nascido em São Paulo, eu tinha 13 anos quando vim ao Rio pela primeira vez e fui ao Cristo com minha família. Lá, deparei com o grande Nilton Santos, craque do Botafogo e da seleção. Tirei uma foto a seu lado, que ainda guardo comigo. Naquela ocasião, menino, diante do campeão do mundo, achei até que a estátua mais importante era aquela que estava ao meu lado, e não a de cima do pedestal. Hoje, passo madrugadas a fio olhando o Cristo pela janela.”

Alexandre Machado, escritor e roteirista de TV

“O Cristo fica de braços abertos para a Zona Sul, de costas para a Zona Norte. Sempre me pergunto se não seria possível virá-lo um pouco e fazer com que ele olhasse para os mais necessitados da cidade, e não apenas para os mais ricos.”

Arnaldo Niskier, escritor

“Quando eu era pequeno, achava que o Cristo Redentor e Jesus Cristo eram duas pessoas diferentes. Veja bem: achava que eles poderiam ter algum parentesco, ser primos ou amigos de infância, mas que, na verdade, eram dois caras distintos. Em parte porque a estátua não tem barba, e sim um queixão comprido, meio super-heroico. E na verdade não parece estar sofrendo ? parece, inclusive, estar sorrindo. Sorrindo de ver a paisagem, de ver aquela gente que, apesar de tudo, tem bom humor e ainda vai à praia. Uma cidade que, mesmo carregando a sua cruz, várias cruzes, não perde, jamais, seu jeito maravilhoso de ser.” Fernando Caruso, ator e humorista

“Cheguei ao Rio vinda do Acre, muito pequena, com 8 anos, e fui apresentada ao Cristo Redentor numa das minhas primeiras saídas para conhecer a cidade. Fui de trem, tinha muito medo. A estátua ficou na minha lembrança como um gigante da natureza. Hoje, quando caminho pela Lagoa, onde moro, converso com ela como se olhasse diretamente para mim. Tenho certeza de que está me ouvindo.”

Ligia Azevedo, professora de ginástica

“Toquei muito na casa do Tom Jobim, no Jardim Botânico. Sentado ao piano, ele avistava o Cristo pela janela, e nós, músicos, também.”

Danilo Caymmi, cantor e compositor

“Durante meus onze anos de carreira profissional, já executei saltos em lugares incríveis, como o Grand Canyon, nos Estados Unidos, os Alpes Suíços e as Ilhas Fiji. São locais de muita beleza e energia. Porém, uma das experiências de vida mais fortes que tive foi em 2007, quando passei, a 200 quilômetros por hora, a cerca de 15 metros de distância do ombro do Cristo Redentor.”

Luigi Cani, paraquedista de aventura

Luigi Cani
Luigi Cani ()

“Em 2006, recebi na cidade dois executivos de uma empresa da Suíça. Era a primeira vez deles aqui no Rio, e quis levá-los ao Cristo. O problema é que chovia muito. Mesmo diante dessa adversidade, a visita não foi cancelada, e, para minha surpresa, ao chegarmos lá em cima, fomos presenteados com um raio de sol que mostrava que o tempo começava a se abrir. Os suíços, é claro, ficaram muito emocionados. Tiraram várias fotos e eu me senti, felizmente, cumprindo meu dever como anfitriã.”

Maria Ercília Leite de Castro, diretora da Companhia Caminhos Aéreos do Pão de Açúcar

“Uma vez subi a pé das Paineiras até a estátua. É duro, mas pior mesmo foi descer. Fiquei com dor em todas as juntas dos ossos, passei dois dias de molho. Aquele ditado que diz que ?para baixo todo santo ajuda? não é tão verdadeiro assim.”

Léo Gandelman, instrumentista

“Fui alpinista por três anos. Uma vez subi o Corcovado por uma fenda no morro. Já fui de escada rolante, sem escada rolante, é bom de qualquer jeito.”

Monique Lafond, atriz

“Enxergo o Cristo como um altar coletivo. Ideal para uma cidade que é Peixes, com a Lua em Peixes. O Rio é duplamente ligado a elementos como espiritualidade, música e poesia.”

Leiloca, astróloga, cantora, ex-integrante do grupo As Frenéticas

“Já vi Cristos em todos os continentes. No Peru, na Polônia, até no Timor. Mas foi recentemente, quando subi o Corcovado para matar a saudade da minha cidade após tanto tempo na estrada, que percebi que outros países podem até tentar, mas aquele visual e aquele cenário, só aqui mesmo.”

André Fran, apresentador de TV

“Tenho uma história engraçada. Meu priminho, que mora no Sul, visitou o Rio há alguns anos, quando o Cristo ficou sem luz. De farra, eu disse a ele que a estátua havia sido levada. Ele ficou assustadíssimo. Um tempo depois, o Cristo apareceu em azul e o menino cismou que tinham devolvido o Cristo errado. Só sossegou quando o levei lá em cima.”

Guilherme Piva, ator

“Uma vez levei o ator James Stewart ao topo do Corcovado. Ele estava no Rio gravando um depoimento para o Museu da Imagem e do Som, e fui seu cicerone nos passeios pela cidade. Chegando ao topo da montanha, ele fez um comentário bem-humorado. Disse que Um Corpo que Cai (no original, Vertigo, ou ?vertigem?, suspense de Alfred Hitchcock, no qual Stewart interpreta um detetive que tem medo de altura) seria muito mais interessante e provocador se tivesse sido filmado no Brasil, com sequências rodadas em

cima dos braços do Cristo Redentor.”

Ricardo Cravo Albin, pesquisador musical

“Nos anos 80, uma secretária de minha casa, vinda do interior da Bahia, vivia acompanhando a família em passeios na Gávea, em Botafogo e na Tijuca. E eu sempre mostrava: ?Antônia, olha lá o Cristo?. De tantos lugares dá para ver que confundi a cabeça dela. ?Seu Hyldon, afinal, quantos Cristos tem aqui no Rio??, ela me perguntou certa vez.”

Hyldon, cantor e compositor

Hyldon
Hyldon ()

“Sempre que eu queria alcançar algo difícil, ia pedalando do Flamengo até o Cristo para fazer uma prece. Um dia fui com minha afilhada, de trem, e disse a ela que poderia fazer qualquer pedido: ?Quero uma boneca com capacete rosa?. E não é que um dia ela ganhou mesmo?”

Heloisa Faissol, socialite e funkeira

Heloisa Faissol
Heloisa Faissol ()

“O Cristo me acalma. Olhar para ele, de dia ou à noite, daqui ou de lá de cima, me dá a boa sensação de que estou em casa, na cidade mais linda do mundo.”

Moacyr Góes, diretor de cinema e teatro

“Estive lá várias vezes, mas foi num passeio de helicóptero que pude chegar mais perto do rosto e olhar nos olhos do Cristo.”

Rorion Gracie, lutador de jiu-jítsu, astro do UFC

“A primeira vez em que vim ao Rio eu devia ter uns 14, 15 anos. Fiquei o tempo inteiro procurando o Cristo Redentor, mas estava em Realengo, e de lá não tem como ver a estátua. Decidi visitá-lo. Era um dia nublado. Conforme fui subindo, porém, o tempo foi limpando. Quando cheguei lá em cima e olhei para o monumento, levei um susto ao ver aquela imagem. Não podia imaginar que o Cristo fosse tão grande. Fiquei dez minutos só admirando. Foi uma experiência marcante.”

Luís Miranda, ator

“Apesar de ser carioca, levei mais de duas décadas para visitar o Cristo. Não fui de trem nem de carro. Fui escalando. Minha primeira subida ao Corcovado aconteceu em 1996 e, de lá para cá, cruzo essa montanha quase todo ano. Clichês à parte, a emoção é sempre a mesma. Nem sou religioso, mas terminar uma escalada com aquela vista e ser ?recebido? pelo Cristo passa uma sensação danada de contato com o divino.”

Kiko Araújo, empresário e escalador

“Meu hobby é voar pelo espaço aéreo do Rio. Há oito anos tirei brevê e sempre levo amigos aos arredores do Cristo Redentor. Ali é o filé-mignon do céu carioca. Já fiz mais de 200 voos.”

Celso Dantas, empresário da área de cosméticos

“Já trabalhei como guia de turismo e me lembro do deslumbramento no olhar de todas as pessoas quando chegam ao pátio onde fica a estátua. Ir ao Corcovado é a melhor maneira de começar qualquer tour, porque deixa todo mundo no maior alto-astral.”

Alcione Mazzeo, atriz

“Certo dia fiz uma caminhada ao Cristo com a advogada Celina Solberg. Havia lama, medo de bichos, temíamos que nosso amor durasse só um verão. Chegar foi um bálsamo, emoção que marcaria nossa relação por onze anos.”

Guilherme Coelho, diretor e produtor cinematográfico

“A maior dificuldade em toda a minha história no voo livre foi que, em 500 decolagens de asa-delta, só consegui conquistar o Cristo uma única vez. Nos anos 80, as asas ainda não eram seguras como as de hoje. A sensação foi única. Era como ter ido ao cume do Himalaia. Quando cheguei em terra, fiz o sinal da cruz, numa forma de agradecimento.”

André de Biase, ator

“Eu era criança e ia com a minha avó, que preparava um piquenique para a gente: garrafa térmica de café com leite e tirinhas de frango. Sempre me emociono ao chegar de avião à cidade e ver o Cristo de lá. Acho incrível como a estátua é proporcional ao tamanho da pedra.”

Marcos Caruso, ator

Marcos Caruso
Marcos Caruso ()

” Moro debaixo da mão direita do Cristo há quase dez anos. Sempre nos damos boa-noite e bom-dia. Conversamos bastante, eu e ele, sobre vários assuntos, somos bons camaradas. É uma mistura de fé, TOC, amigo invisível que perdura da infância e minha completa paixão pelo Rio, de forma concreta, incondicional.”

Rodrigo Penna, ator e DJ

Rodrigo Penna
Rodrigo Penna ()

“Sempre que subo ao Cristo me lembro de meu pai, Carlos Oswald, que desenhou a estátua. Ele tinha uma personalidade bondosa, estava sempre pronto a ajudar. Não me recordo de ter levado um pito sequer dele. Eu me orgulho de saber que ele contribuiu para que aquela maravilha existisse.”

Maria Isabel Oswald, artista plástica

“Em 1993, após ter sido eleita miss Brasil, visitei pela primeira vez o Cristo ao lado de amigos italianos e, para surpresa de todos, comecei a chorar copiosamente. Ninguém entendeu nada, mas aproveitei aqueles minutos para agradecer, orar e apreciar a cidade mais linda do mundo a meus pés. Depois disso, de onde quer que tenha a vista do Cristo, aproveito e peço a bênção. Para mim, ele é mais uma imagem espiritual, e menos um monumento arquitetônico.”

Leila Schuster, empresária

“Passei anos fazendo promessa para o Cristo Redentor. O peculiar é que quem as pagava era o meu marido na época, Edgar Duvivier, pai dos meus três filhos, e não eu mesma. Alcançada a graça, era ele quem devia subir até o Redentor de bicicleta. E o fazia com gosto, sempre trazendo de lembrança a foto do feito.”

Olívia Byington, cantora

“Nos anos em que toquei numa roda de samba, ao ar livre, no Clube Santa Luzia, no Aterro, o Cristo nos dizia se haveria ou não o show. Se estivesse coberto, era melhor cancelar, chuva na certa. O monumento é mágico. Faço uma crítica: preferia a iluminação antiga, meio abajur da cidade, luz de cabeceira.”

Moacyr Luz, cantor e compositor

“Joguei em Tóquio por três temporadas e tinha uma amiga japonesa que falava muito do Cristo, queria conhecer quanto antes, perguntava se era grande realmente. Um dia ela acabou vindo, e foi muito legal ver a cara que fez: ?Oooohhh…? Ela simplesmente não conseguia parar de olhar aquela estátua.”

Isabel, ex-jogadora de vôlei

“Já fui muito ao Cristo, mas quando era criança ia mais. Minha tia foi concessionária do restaurante de lá. Era um programa de família, encontrava meus primos todos.”

Beth Carvalho, cantora

“O Cristo abençoa os treinos do Flamengo, parece que fica olhando cada atleta. Uma vez dei uma volta de dirigível perto dele, com minha mulher e meus filhos. É de ficar petrificado.”

Júnior, ex-jogador de futebol, comentarista esportivo

“Meu padrasto, que me criou desde os 8 anos, tinha um filho, o Leonardo. Ele faleceu de câncer, aos 41 anos, mas antes de morrer nós o levamos lá em cima para ver o Cristo. Era um antigo sonho. Foi muito emocionante para mim e para os meus pais. E eu vi como ele, mesmo já abatido pela doença, ficou tocado e feliz por estar ali. Eu sabia que ele não iria muito mais além, então foi um momento especial para a gente.”

Carlos Burle, surfista

“Amanhecer no Rio e ver o Cristo pela janela do apartamento é mesmo um privilégio. O Cristo Redentor iluminado à noite, com as variadas cores que hoje em dia são usadas, também emociona. Mas nem sempre foi assim. Ele amanhecia com a gente na Praia de Copacabana, onde eu morava, nos anos 50, e ia ?dormir? conosco quando anoitecia. Para quem nasceu em 1944 e desde então vive nesta cidade, os braços abertos encimando a montanha já fazem parte da natureza.”

Yvonne Maggie, antropóloga

“A primeira vez que subi ao Cristo foi em 1993. Estávamos eu, meu pai e meu marido. O mais curioso, e só percebemos isso lá em cima, é que até aquele dia nenhum de nós havia visitado o monumento.”

Glória Pires, atriz

Glória Pires
Glória Pires ()

“Gosto muito de ver o Cristo Redentor à noite. A pedra fica totalmente escura e parece que a imagem está pairando no ar.”

Zezé Polessa, atriz

Zezé Polessa
Zezé Polessa ()

“Tenho medo de altura. No Cristo, ficava vendo o Rio pelo sovaco do meu pai, que me botava no colo. Com o rosto escondido, dava só espiadinhas. Portanto, posso dizer que via o Rio embaixo de dois sovacos, de dois pais diferentes: o meu e o nosso.”

Leandro Hassum, ator e humorista

“Foi no fim da década de 90, eu estava saindo de um ensaio da banda Boato, no Jardim Botânico, quando fomos surpreendidos por uma asa-delta dando voltas por um longo tempo em torno da estátua, e já eram 9 da noite. Ventos impediam a descida daquele homem-voador, que teve de ser resgatado pelos bombeiros, ao pé do monumento. Aquela visão foi espetacular, coisa mesmo de cinema.”

Pedro Luís, cantor e compositor

“Lembro que fui ao Cristo com 10 anos, e uma criança berrava por achar que teria de subir tudo a pé. ?Nossa, que chorona, sou muito mais adulta?, pensei. Mas passei a me imaginar na mesma situação até chegar ao Cristo, que estava tão longe, e, para desespero da minha mãe, eu me juntei à outra menina: caí no choro também, minha ?maturidade? acabou em um minuto. Quando entramos no trenzinho, o berreiro logo passou.”

Fernanda Gentil, apresentadora de TV

“O Cristo é obra-prima do art déco, na pureza das suas linhas. Um dia conheci Marcel, filho do escultor Paul Landowski, e consegui a réplica de uma maquete feita por ele, que guardo até hoje com muito carinho.”

Jean Boghici, marchand

“Há alguns anos, pilotando asa-delta, cheguei ao Cristo depois de oitenta minutos de voo. Havia partido da Pedra Bonita e estava sustentado pelo vento sul. A mais ou menos 800 metros de altitude, podia ver a cidade inteira, e tinha aquela estátua embaixo de mim, num silêncio ensurdecedor, só quebrado pelo uivo do vento na vela da asa.”

Ique, caricaturista

“Conheci dona Vera em janeiro de 1993, no Cristo. Ela me contou que, anos antes, havia tentado visitar a estátua, mas, nonagenária, desistiu quando deparou com os 215 degraus. Chorou muito na ocasião. Mas agora a realidade era outra: haviam chegado as escadas rolantes. Ela soube pela TV e assim que pôde voltou. Como publicitário, eu estava ali trabalhando para a empresa que ergueu a ?condução milagrosa?, como a professora a chamou. Eu a abracei, chorei, ofereci água e ganhei um dos poucos beijos inesquecíveis da minha vida.”

Armando Strozenberg, publicitário

“A última vez em que estive no Cristo Redentor foi logo depois que voltei de uma temporada morando fora do Brasil. Ainda estava em dúvida se havia feito a escolha certa ao retornar, mas lá em cima tive certeza de que o Rio de Janeiro era mesmo a minha casa. O visual do Corcovado aproxima qualquer um do divino, e entende-se por que aquela grande e imponente estátua foi eleita uma das maravilhas do mundo moderno.”

Brenda Valansi Osorio, artista plástica

“Desde que cheguei ao Rio, há trinta anos, eu me senti abraçada pelo Cristo Redentor. Vinda de São Paulo para trabalhar no jornalismo da TV Globo, fui morar perto da emissora, no Jardim Botânico, no chamado ?sovaco?, como divertidamente brincavam os meus novos amigos cariocas. A vista é linda, e sempre que saio para trabalhar eu agradeço por ele estar ali.”

Dilea Frate, produtora de TV

“Choro de emoção quando me recordo da minha primeira vez no alto do Corcovado. Eu era menino de subúrbio, da Cruzada Eucarística, e quase nunca ia à Zona Sul. Tenho uma grande admiração pelo Cristo

Redentor.”

Carlinhos de Jesus, coreógrafo

Carlinhos de Jesus
Carlinhos de Jesus ()
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