Quais são os melhores restaurantes vegetarianos do Rio?

O prêmio mais aguardado da cena gastronômica carioca celebrou, em 21 de outubro, seus 35 vencedores — entre Comidinhas, Bares e Restaurantes. Nesta última seção, a categoria “Vegetarianos” trouxe três finalistas já conhecidos do público veggie: o Brota, restaurante com clima aconchegante comandado pela chef Roberta Ciasca; o .Org, com pratos cheios de cor e sabor da premiada chef Tati Lund; e o Teva, uma pequena joia em Ipanema com criações do chef Daniel Biron — o grande vencedor do título de melhor vegetariano em 2025.

Vale dizer que o Rio tem outros bons restaurantes vegetarianos fora desse ranking que merecem a visita. No fim do texto, listo alguns deles. Mas se você ainda não conhece — ou não explorou bem o menu dos indicados por VEJA RIO —, a Pauta Verde traz dicas sobre o que experimentar em cada um desses restaurantes e revela por que eles estão entre os mais requisitados da cidade.

Brota

Instalado em um casarão histórico em Botafogo, o Brota divide o terreno com o Libô — eleito o melhor bar de vinhos de 2025 por VEJA RIO COMER & BEBER —, formando um conjunto de estabelecimentos que combinam conforto, tranquilidade e ótimas opções de comes e bebes. O atendimento atencioso, o ambiente acolhedor e o cardápio com pratos bem elaborados colocam o Brota na categoria daqueles lugares de que não dá vontade de sair — seria fácil passar uma tarde ou curtir a noite até o fechamento, entre conversas, drinques e comidinhas. E vale lembrar que o restaurante conta com o selo Bib Gourmand do Guia Michelin, que destaca restaurantes com melhor custo-benefício.

A primeira pedida que você não pode deixar de provar são as famosas brotinhas (R$ 38,00), dupla de bolinhos fritos de arroz integral recheados de tomate, pesto e azeitonas e/ou wasabi com chutney de manga (há opção vegana). Para aqueles dias em que comida é sinônimo de abraço, vá de risone (R$ 68,00) — uma massinha em formato de arroz — com molho cremoso de cogumelos e tempurá de couve (também com versão vegana, feita com creme de castanha-de-caju).

O meu prato preferido da casa, principalmente nos dias mais quentes do nosso Hell de Janeiro, é o salpicão de verduras (R$ 52,00), com maionese de curry, chutney de manga e uma crocante batata palha caseira.

Na ala doce, entre as opções veganas, o crumble de maçã (R$ 36,00), com pedaços grelhados da fruta, passas ao rum, caramelo e crumble de sementes e castanhas-do-pará, servido com sorvete de leite de aveia, também aquece o coração. Para beber, a carta traz sugestões autorais como o drink nº 09 (R$ 39,00), que une cachaça envelhecida, limão-tahiti, calda de goiaba, Angostura bitter e espumante, finalizado com telha de parmesão.

Endereço? Rua Conde de Irajá 98, Botafogo. Horários? Ter a sáb, das 12h às 23h. Dom, 12h às 17h. Bom para ir a dois? Sim, ótimo, pode chamar o date. Pet-friendly? Sim. 

Org Bistrô

Já eleito o melhor vegetariano do Rio, o restaurante é comandado pela chef Tati Lund, também premiada como Chef do Ano em 2020 por VEJA RIO COMER & BEBER, e campeã na categoria Sustentabilidade, em 2023. O cardápio, que muda semanalmente, traz insumos sazonais vindos de produtores orgânicos, que dão origem a criações coloridas e atraentes, com os vegetais em evidência. Reciclagem, compostagem de resíduos e o uso de embalagens biodegradáveis estão entre as ações que fazem do empreendimento um exemplo de sustentabilidade (e o meio ambiente agradece).

O menu também inclui algumas sugestões fixas, como o burguer de carne de jaca defumada com cheddar de cúrcuma, cebola caramelada, picles caseiro, folhas verdes e tomate no pão integral rústico ou sem glúten (R$ 54,00). Já a pizza de pepperoni (R$ 57,00) traz uma versão do embutido feita de beterraba, com massa de batata-doce sem glúten, molho de tomates assados, queijo vegano e óleo negro.

Entre as sobremesas, destaque para um dos preferidos do público: o brownie de quinoa com calda de cacau (R$ 34,00). Sucos da casa são também boas pedidas, como o gostozin, de manga, maracujá e baunilha (R$ 28,00).

Endereço? Av. Olegário Maciel, 175, loja g, Barra da Tijuca. Horários? Seg a sáb, das 12h à 15h30. Bom para ir a dois? Para um bom almoço, sim. Pet-friendly? Sim. 

Teva

No endereço pequeno e intimista — que por vezes passa despercebido por quem circula pela região — está uma cozinha que surpreende paladares e tem a sustentabilidade como pilar. O restaurante foi o primeiro do país a ser certificado como uma Empresa B, reconhecimento internacional dado a empreendimentos que combinam lucratividade com impactos socioambientais positivos. Além disso, recebeu neste ano o selo eureciclo, oferecido a estabelecimentos que compensam 100% das embalagens que colocam no mercado.

Para começar, um dos grandes hits da casa é o carpaccio de portobello (R$ 64,00), feito com cogumelos assados ao molho de ervas e alcaparras, parmesão vegano, picles de cebola roxa, rúcula e crocante de alecrim. Entre os principais, a releitura de escalope à piamontese (R$ 86,00) traz seitan, conhecido como carne de glúten,empanado e frito ao molho demi-glace, acompanhado de cogumelos Paris e arroz à piamontese, creme de castanha-de-caju, mussarela vegetal e batata frita.

Para encerrar, a cheesecake de goiabada (R$ 44,00) leva base de castanhas-de-caju, recheio de queijo de castanha com limão-siciliano e cobertura de geleia de goiabada do Sítio Quaresmeiras. A carta de drinques, repleta de boas opções sem álcool, é um convite a prolongar a experiência.

Um menu para nenhum vegano — ou não — colocar defeito.

Endereço? Av. Henrique Dumont 110-B, Ipanema. Horários? Seg a sáb, das 12h à 00h. Dom, das 12h às 22h. Bom para ir a dois? Sim, perfeito para levar o date. Pet-friendly? Sim. 

Dicas +

Antes de finalizar, gostaria de trazer um breve panorama da cena vegetariana e vegana no Rio, sob o olhar de quem a acompanha de perto há quase uma década. É inegável que o número de opções veganas e vegetarianas tem crescido nos restaurantes cariocas: há cada vez mais casas com menus que incluem pratos veggie sinalizados, cafeterias que oferecem leite vegetal como alternativa e pizzarias com queijos vegetais no lugar dos de origem animal. Afinal, o mercado acaba refletindo mudanças de consumo, assim como ocorreu com o aumento das opções sem glúten, sem lactose e sem açúcar nos estabelecimentos.

Mesmo assim, o número de endereços vegetarianos e veganos na cidade me parece um pouco estagnado. Claro, surgiram boas novidades nos últimos anos: o Refúgio Veg, uma hamburgueria vegana incrível em Copacabana; o Tula Bistrô Vegetal, que chegou este ano também em Copa; o Café Heimen, na Glória, com bons cafés e comidinhas veganas; e o Ti Ti Ti, antigo VeganTi Burger, agora repaginado em formato de bar. Ufa!

Mas também tivemos perdas: o fechamento das duas unidades do Magna Cozinha, que deram lugar a restaurantes com carne; o fim do Vida Bistrô, no Leblon e na Gávea; e a transformação do Tita Bistrô, também no Leblon, em INÁ, que passou a oferecer pratos com proteína animal… Entre outros exemplos.

Por isso, fico especialmente feliz em ver restaurantes ainda seguirem firmes na filosofia de promover uma alimentação plant-based e colocar os vegetais não como coadjuvantes, mas como protagonistas. Levantando a bandeira de que é possível criar pratos memoráveis sem recorrer a insumos de origem animal.

Por fim, vale citar outros estabelecimentos veggie que também aparecem no guia VEJA RIO COMER & BEBER — já disponível nas bancas — e que merecem entrar na sua lista: o delicioso Esperança.eco, em Laranjeiras; o Teva Deli, “primo” do Teva em Copacabana, com criações ainda mais surpreendentes; o Prana, velho conhecido do universo veggie, no Jardim Botânico; e o Naturalie, com seus pratos coloridos e saborosos em Botafogo. Saiba mais sobre o guia VEJA RIO COMER & BEBER 2025/26.

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