Lu Lacerda
Por Lu Lacerda
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Fernanda Montenegro é tema de livro do jurista Joaquim Falcão
O autor ficou fascinado e intrigado pelas pausas e hiatos presentes tanto nas conversas como nas atuações de Fernanda
Fernanda Montenegro e seu vigor: nessa terça (18/03), a atriz participou do lançamento de “Pausa & Linha: o poder em Fernanda Montenegro” (Edições Pinakotheke), na Pinakotheke, em Botafogo.
Desde “Ainda estou aqui”, Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, do qual Montenegro participa como Eunice Paiva (na velhice); estreia de “Vitória”, na última semana; como convidada da pré-estreia do filme documental de Milton Nascimento, na segunda (17/03), ou em leitura de textos que lotou a ABL no dia 11… Dona Fernanda está impossível.
Desta vez, ela é o tema do livro do jurista Joaquim Falcão, seu colega imortal de ABL, fascinado e intrigado pelas pausas e hiatos presentes tanto nas conversas como nas atuações de Fernanda. “Não é uma biografia, diria com rigor e humor, Ruy Castro. ‘Ceci n’est pas une pipe’, mais circunspecto diria René Magritte. E o que é então? É um acaso descrito para o qual estávamos preparados. Portanto o reinventamos. Seria, talvez, uma biografia da interpretação”, explicou Falcão, que recorreu a pensadores e artistas de vários campos para decifrar a força dos silêncios na atriz, em 156 páginas, com 20 QR codes que levam o leitor a desenhos, imagens, fotos, animação e voz.
A escritora Rosiska Darcy de Oliveira, da ABL, escreve na orelha.
O maior interesse de João pelas pausas e silêncios de Fernanda aconteceu depois de ele ler o discurso de 32 páginas em sua posse na ABL, em março de 2022. “Nas folhas, havia curiosas marcações, símbolos, linhas, que, se para a artista, eram apenas rabiscos, meu Deus!, para mim era fonte fascinante, um mapa a ser decifrado”.
O autor também cita o filme “Ainda estou aqui”: “O fato é que inexiste a atriz Fernanda Montenegro sem suas pausas, que inclusive lhe comandam a respiração. Sua atuação em ‘Ainda estou aqui’, de Walter Salles, culmina sua interpretação pelo silêncio. O Alzheimer da personagem Eunice Paiva é magnificado por Fernanda. Não precisou falar nada”.
