Lu Lacerda
Por Lu Lacerda
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Textos de Frederico Morais e arte feminina na Pinakotheke
A família Perlingeiro estava completa no Pinakotheke Cultural, em Botafogo, nesse domingo (31/08), para dois eventos
A família Perlingeiro estava completa no Pinakotheke Cultural, em Botafogo, nesse domingo (31/08), para dois eventos, digamos, imperdíveis para muitos.
Primeiro, um lançamento duplo: do livro “Frederico Morais – Arte e Crítica” (Edições Pinakotheke), de textos do crítico publicados em O Globo entre 1975 e 1987, em dois volumes, com 912 páginas no total, com 500 textos (de 2,7 mil) selecionados por Stefania Paiva e Rodrigo Andrade, junto de uma mostra com 25 obras de 22 artistas próximos ao crítico, entre eles Beatriz Milhazes (1960), Carlos Vergara (1941), Cildo Meireles (1948) e Rubem Valentim (1922-1991), além do filme “Frederico Morais – a crítica-poema” (2025), com direção de Katia Maciel, pesquisa de Stefania Paiva, produção de Camila Perlingeiro e fotografia de Daniel Venosa, com depoimentos sobre o crítico feitos pelos artistas Cildo Meireles, Rosana Palazyan, Carlos Zilio, Milton Machado, Ana Vitória Mussi, Evandro Salles, Beatriz Milhazes e Luiz Alphonsus.
Já o segundo evento, “O início do mundo”, com 77 obras de 59 artistas mulheres, de diferentes perfis, gerações e expressões de trabalho, com curadoria de Katia Maciel e Camila Perlingeiro.
O livro e a mostra integram a programação dos 100 anos do jornal “O Globo”, e iniciam as comemorações dos 90 anos do autor, referência da arte contemporânea.
Os curadores dizem no texto: “Sua trajetória de vida, que se confunde com a própria história recente da arte no país, atravessa 70 anos de dedicação intensa à cultura, à crítica e à curadoria, sempre em correção ética e política. Em 2026, ao completar 90 anos de idade e 70 anos desde seu primeiro texto crítico, em 1956, sua presença no cenário artístico permanece fundamental para compreender como a arte brasileira se construiu, resistiu e se reinventou diante de contextos sociais e políticos adversos”.
Em “Início”, Iole de Freitas criou especialmente a escultura em papel “Manto” (2025), com 180 x 100 x 42 cm. Outras obras que foram criadas especialmente para a mostra são as das artistas Mariana Manhães, Ana Miguel, Ana Matheus e uma obra símbolo da curadora Katia Maciel. A sexualidade, desafios e impasses enfrentados pela mulher também estão em vários trabalhos, assim como a política. Entre outros nomes estão Anna Bella Geiger, Enrica Bernadelli, Beatriz Milhazes e Cristina Salgado.
