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Lu Lacerda

Por Lu Lacerda Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Jornalista apaixonada pelo Rio

Teatro (Claudia Chaves): Do riso ao risco, Winits se entrega em “Choque”

"Hoje, sigo esse caminho: quando não me encolho pra caber, encontro espaço pra ser", diz a atriz

Por Daniela
31 out 2025, 10h00 • Atualizado em 31 out 2025, 11h34
Texto: Jane Wagner, com intervenções de Gerald Thomas Atriz: Danielle Winits Direção: Gerald Thomas Tradução: Alexandre Tenório Cenário: Fernando Passetti Designer de luz: Wagner Pinto Figurino: João Pimenta Visagismo: Leila Turgante Pintura em tela: Rinaldo Escudeiro Trilha sonora original: Gerald Thomas Sonoplastia: Marcelo Alonso Neves e Gabriel Kirin Assessoria de imprensa: Ney Motta Design gráfico: Bárbara Lana Diretor de produção: Diogo Bastos Rezende e Nilza Guimarães Diretor geral de produção: Luciano Borges
 (./Divulgação)
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  • A introdução da palavra choque na versão brasileira da peça, em cartaz no Teatro Copacabana Palace, condensa perfeitamente sua essência: o confronto entre mundos, ideias e valores que coexistem em permanente atrito.

    O espetáculo coloca frente a frente as contradições mais evidentes da sociedade — pessoas em situação de rua e indivíduos abastados, mentes reflexivas e pessoas fúteis, seres livres e outros aprisionados pelos papéis sociais que os definem.

    Atriz: Danielle Winits Direção: Gerald Thomas Tradução: Alexandre Tenório Cenário: Fernando Passetti Designer de luz: Wagner Pinto Figurino: João Pimenta Visagismo: Leila Turgante Pintura em tela: Rinaldo Escudeiro Trilha sonora original: Gerald Thomas Sonoplastia: Marcelo Alonso Neves e Gabriel Kirin Assessoria de imprensa: Ney Motta Design gráfico: Bárbara Lana Diretor de produção: Diogo Bastos Rezende e Nilza Guimarães Diretor geral de produção: Luciano Borges
    “Choque” tem texto de Jane Wagner, com intervenções de Gerald Thomas e atuação de Danielle Winits (./Divulgação)

    Essas tensões ganham corpo nas figuras de Trudy e Kate, as duas personagens centrais escolhidas para representar o vasto universo humano da obra original The Search for Signs of Intelligent Life in the Universe (1985), escrita por Jane Wagner e eternizada pela genial Lily Tomlin.

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    O texto, fruto da parceria artística e amorosa entre Wagner e Tomlin, é uma celebração da empatia e da inteligência — um marco do teatro contemporâneo.

    Texto: Jane Wagner, com intervenções de Gerald Thomas Atriz: Danielle Winits Direção: Gerald Thomas Tradução: Alexandre Tenório Cenário: Fernando Passetti Designer de luz: Wagner Pinto Figurino: João Pimenta Visagismo: Leila Turgante Pintura em tela: Rinaldo Escudeiro Trilha sonora original: Gerald Thomas Sonoplastia: Marcelo Alonso Neves e Gabriel Kirin Assessoria de imprensa: Ney Motta Design gráfico: Bárbara Lana Diretor de produção: Diogo Bastos Rezende e Nilza Guimarães Diretor geral de produção: Luciano Borges
    (./Divulgação)
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    Na versão brasileira, destaca-se a entrega e coragem de Danielle Winits, que não apenas idealizou e produziu o projeto, mas também se lançou ao desafio de atuar sob a direção intensa e provocadora de Gerald Thomas.

    Com “Choque! Procurando Sinais de Vida Inteligente”, Danielle rompe de vez com o estereótipo da “Marilyn Monroe brasileira” e se afirma como uma atriz densa, versátil e madura — uma artista que domina o humor, o drama e a ironia com igual potência.

    A direção de Thomas amplia a força da atriz, articulando com precisão os diferentes planos de realidade e linguagem propostos pelo texto. Ele imprime à montagem sua marca registrada: rigor formal, ousadia simbólica e uma inquietude que convida o público a rir, pensar e se desconcertar.

    Texto: Jane Wagner, com intervenções de Gerald Thomas Atriz: Danielle Winits Direção: Gerald Thomas Tradução: Alexandre Tenório Cenário: Fernando Passetti Designer de luz: Wagner Pinto Figurino: João Pimenta Visagismo: Leila Turgante Pintura em tela: Rinaldo Escudeiro Trilha sonora original: Gerald Thomas Sonoplastia: Marcelo Alonso Neves e Gabriel Kirin Assessoria de imprensa: Ney Motta Design gráfico: Bárbara Lana Diretor de produção: Diogo Bastos Rezende e Nilza Guimarães Diretor geral de produção: Luciano Borges
    (./Divulgação)
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    A trilha sonora é outro personagem da peça — alternando temas eruditos e populares, cria um contraponto entre o elevado e o cotidiano, o racional e o instintivo.

    O cenário, feito de sacos pretos de lixo, evoca tanto o descarte urbano quanto o da própria humanidade, num gesto plástico poderoso. A iluminação, por sua vez, cria uma atmosfera de devastação e estranhamento, como se víssemos os resquícios da Terra após o colapso civilizacional.

    E há ainda o recurso da voz microfonada, que se transforma em parte da dramaturgia, acentuando o eco, o distanciamento e a solidão da linguagem humana — um acerto raro e profundamente simbólico.

    Com “Choque”, Danielle Winits e Gerald Thomas oferecem um teatro de risco, pensamento e emoção. O riso, aqui, não é alívio — é espelho. Um reflexo do absurdo e da humanidade em nós mesmos.

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    Texto: Jane Wagner, com intervenções de Gerald Thomas Atriz: Danielle Winits Direção: Gerald Thomas Tradução: Alexandre Tenório Cenário: Fernando Passetti Designer de luz: Wagner Pinto Figurino: João Pimenta Visagismo: Leila Turgante Pintura em tela: Rinaldo Escudeiro Trilha sonora original: Gerald Thomas Sonoplastia: Marcelo Alonso Neves e Gabriel Kirin Assessoria de imprensa: Ney Motta Design gráfico: Bárbara Lana Diretor de produção: Diogo Bastos Rezende e Nilza Guimarães Diretor geral de produção: Luciano Borges
    (./Divulgação)

    O resultado é um espetáculo provocador, arrebatador e, como o título promete, um verdadeiro choque de sensibilidades, ideias e existências.

    Conversar com Danielle Winits é ser atingida por uma força luminosa — uma explosão de arte, verdade e coragem. Em minutos, o diálogo vira afeto, e a entrevista, um reencontro entre duas mulheres que parecem se reconhecer de outras vidas.

    1- Pra você, “Choque” seria uma virada de vida?  

    Essa virada já começou há tempos, quando decidi furar bolhas e enfrentar o estereótipo que me colocava numa caixa.
    Busquei na comédia um jeito de humanizar minhas personagens. Em “Corpo Dourado”, com a Alicinha, mostrei que havia muito mais do que a “loura burra”: sentimentos, fragilidade, desejo de ser feliz. Com “Choque”, vivi outra virada — levei a comédia pra dentro da personagem e ri dela mesma, com liberdade total. Descobri que sou mais do que uma comediante: sou autora da minha própria história.
    Hoje, sigo esse caminho: quando não me encolho pra caber, encontro espaço pra ser.

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    2- Como foi seu primeiro contato com Gerald Thomas e o que ele despertou em você como artista?

    Foi mágico. Nosso primeiro contato foi on-line — uma coincidência linda. Ele já conhecia o projeto e quis dar ao espetáculo uma nova roupagem, trazê-lo pro nosso tempo. O Gerald é um diretor provocador, que faz o artista descobrir o que já tem dentro de si. Ele cutuca, desperta, protege e inspira. Propôs que eu fizesse a personagem sem maquiagem, despida de qualquer artifício — um gesto simbólico, porque ela vive um choque de realidade e se torna catadora de lixo. Essa entrega marcou meu encontro com ele. Foi transformador.

    3- Durante o processo, vocês chegaram a ensaiar pelo Zoom. Como foi criar algo tão intenso à distância?

    Começamos pelo Zoom, com conversas e análises do texto. Depois, no Brasil, tudo ganhou corpo. A criação foi intensa, colaborativa e muito viva. Buscamos leveza dentro do caos, um equilíbrio entre crítica e humanidade. Cada ensaio era uma descoberta, um exercício de verdade.
    E hoje, no palco, vivo esse choque de realidade — porque, como diz a peça, “a realidade é o absurdo vestindo um terno executivo.”
    Gerald é um visionário.

    4- Como é conciliar a vida e mãe solo e artista (ela é mãe de Noah, 17, e Guy, 14)?

    Ser mãe solo me fez uma artista mais forte. Aprendi a costurar vida pessoal e profissional sem deixar que uma anulasse a outra. Trago mais força do que vulnerabilidade ao meu trabalho, mas aprendi a acolher minhas fragilidades. Ser mãe, mulher e artista neste país exige coragem. Tudo o que vivi me deu mais fôlego pra atravessar desafios. Hoje sou mais forte do que imaginava — e essa força move minhas ideias, meus sonhos e minha vontade de vencer.

    5 -E o que vem pela frente?

    Choque está só começando! Tivemos uma temporada carioca linda, casa lotada e público acolhedor. Agora seguimos pra FAAP, em São Paulo, de janeiro a março, e já há convites pra outras cidades — até Portugal! Além disso, estou prestes a lançar o filme “O Último Querido Mundo” e comecei a filmar “Os Farofeiros 3”. Vai ser um desafio conciliar tudo, mas estou feliz demais com essa fase.

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    Ingressos no Sympla.

    Claudia Chaves
    (Arquivo/Arquivo pessoal)
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