Ruy Castro, “Livro do Ano” pelo Jabuti 2025: “O Rio é inesgotável”
Evento aconteceu no Rio pela 1ª vez em 67 anos
Vai tudo bem com Ruy Castro, cujos livros jamais saíram da vitrine, digamos assim. Nesta segunda (27/10), ele foi o vencedor de Livro do Ano no Prêmio Jabuti, pela primeira vez no Rio, no Theatro Municipal, com “O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim”, reunião de crônicas sobre a vida do artista. O prêmio é de R$ 70 mil e inclui uma viagem para a Feira do Livro de Londres, em 2026.
Ruy é jornalista, biógrafo e imortal da ABL: “Não sou um escritor, só acredito em fazer perguntas e tomar notas. Eu pretendo continuar. O Rio é inesgotável e tem muitas histórias que precisam ser contadas”, disse ele em discurso. Há apenas dois anos, venceu como melhor romancista, por “Os Perigos do Imperador”.
O melhor romancista foi o escritor e compositor Tony Bellotto, por “Vento em Setembro”, radiante ao subir ao palco com Malu Mader, sua mulher há 36 anos.
Embora a maioria dos indicados fosse de homens, a escritora e imortal da ABL Ana Maria Machado foi homenageada como Personalidade Literária do Ano — sua leveza e alegria sobressaíram ainda mais, com muitos abraços ao vivo e discursos amorosos no telão, de Ruth Rocha e Pedro Bandeira. “Todo mundo merece ter seu trabalho reconhecido, mas quando isso acontece de forma totalmente inesperada, é ainda mais especial. A emoção é dupla, porque é um reconhecimento que vem do povo do livro. Ainda mais em um ano em que a festa acontece na minha cidade”, disse ela.
Foram 4.530 inscritos e 23 categorias, distribuídas entre Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação.
Os mestres de cerimônia foram Marisa Orth e Silvio Guindane, com transmissão ao vivo pelo YouTube. Houve ainda a Categoria Especial – Fomento à Leitura, dedicada a projetos realizados na cidade carioca: o ganhador foi o Rio Capital Mundial do Livro, programa público que fortalece políticas estruturantes para o livro e as bibliotecas (como Bibliotecas do Amanhã e Paixão de Ler). Foi o primeiro órgão público a ganhar um Jabuti.
O vice-prefeito Eduardo Cavalieri e o secretário de Cultura Lucas Padilha já iniciaram uma campanha para que o evento do próximo ano permaneça no Rio. “Jabuti não sobe em árvore, mas atravessa a Dutra para ser carioca pela primeira vez em 67 anos. E recebemos em nome de Eduardo Paes a premiação especia. O Rio continua lendo!”, disse o vice-prefeito.
Você lembra que o título de Capital Mundial do Livro pela UNESCO foi do Rio?





