Pela COP30, Sylvia Earle, 90, a “Heroína do Planeta”, volta ao Rio
Em 2023, Sylvia mergulhou nas Ilhas Cagarras
Aos 90 anos recém-completados, Sylvia Earle, a “Heroína do Planeta” (título dado pela revista Time), chega ao Rio ainda esta semana para participar das reuniões pela COP30.
Na segunda (03/11), é dela a principal do evento “Soluções Climáticas Baseadas no Oceano: Governos Subnacionais na Vanguarda da Implementação”, no AquaRio. Durante o encontro, será lançada a Carta de Compromisso dos Governos Subnacionais Brasileiros com Soluções Climáticas Baseadas no Oceano — documento que governadores e prefeitos assinarão publicamente, formalizando o compromisso de mobilizar apoio técnico e financeiro internacional para ações de proteção marinha.
Esta é a quinta vez que Sylvia vem ao Brasil para falar sobre a importância dos oceanos, mas foi só em 2023 que ela finalmente mergulhou nas águas cariocas, nas Ilhas Cagarras — um dos 156 Hope Spots (“pontos de esperança”) do mundo, designados por sua organização, a Mission Blue. A visita foi marcada por um episódio raro: ela viu duas baleias-francas, espécie que quase nunca aparece na costa do Rio.
A oceanógrafa — que mergulhou pela primeira vez em 1952 e já passou mais de sete mil horas debaixo d’água — é uma das maiores vozes do planeta quando o assunto é preservação marinha. Foi a primeira mulher a comandar a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA), e seu nome está no Hall da Fama dos Exploradores.
“Os próximos dez anos vão definir como serão os próximos dez mil. Temos o conhecimento e a tecnologia — o que não tínhamos na Rio-92. Mas precisamos mudar de rumo: parar de machucar o planeta e começar a curá-lo. A Terra já mostrou que é capaz de se regenerar, mas precisa que demos um tempo para ela respirar”, diz Sylvia, com a serenidade de quem já mergulhou em todas as profundezas — inclusive nas do comportamento humano.
O evento contará também com a presença de autoridades de vários estados, além do prefeito Eduardo Paes, anfitrião da cidade.





