Axé na tela: a pré-estreia carioca de “3 Obás de Xangô”. Fotos!
Longa retrata a amizade e a força criativa de três grandes nomes da nossa cultura: Jorge Amado, Dorival Caymmi e Carybé
“Esse filme é certamente o mais pessoal que já fiz. Ele remonta à minha infância, quando acompanhava minha mãe, militante contra a intolerância religiosa, nos terreiros de candomblé. Muitos personagens que aparecem aqui fizeram parte da minha vida. É um filme sobre afetos, sobre resistência e sobre o afeto como forma de existência”, explicou o diretor.
Em 2024, a produção foi eleita Melhor Filme, pelo Júri Popular, na Mostra de Cinema de Tiradentes, além de ganhar o Redentor de Melhor Documentário no Festival do Rio e, na Mostra de São Paulo, o Prêmio do Público de Melhor Documentário Brasileiro. Neste ano, venceu o Grande Otelo de Melhor Documentário.
“Obas e olás”, terminada a sessão, com a vida mais leve do que rígida de Jorge Amado, Caymmi e Caribé, as pessoas não sabiam se riam ou choravam, muitas vezes os dois juntos, em cenas de arte, espiritualidade e identidade. Machado conecta os três personagens com sua religiosidade, reforçando que eles foram “obás de Xangô” — guardiões culturais, nomeados por Mãe Senhora no Ilê Axé Opô Afonjá. Foi um axé coletivo para lembrar que amizade, memória e fé passa de geração a geração.
Machado relembrou ainda seu projeto de conclusão de curso da faculdade, o curta ”Troca de Cabeças”, em que convidou nomes como de Grande Otelo, Léa Garcia e Mário Gusmão para participar. O filme se tornou um cult em Salvador e chamou a atenção de Jorge Amado, que pediu uma cópia e a enviou a Walter Salles, começando uma conexão importante na trajetória do diretor.





