Imagem Blog

Julia Zardo

Por Julia Zardo, professora de empreendedorismo e gerente de ambientes de inovação Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Inovação e Sociedade: uma conversa sobre desafios, oportunidades e impactos das práticas inovadoras na vida de todos nós
Continua após publicidade

ESG: por que esse assunto também tem a ver com você

Sigla exige um novo modelo de comportamento não só das empresas, mas da sociedade

Por Julia Zardo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 dez 2021, 14h34 - Publicado em 17 dez 2021, 13h51
Sigla exige um novo modelo de comportamento não só das empresas, mas da sociedade
ESG têm se mostrado essenciais para a tomada de decisão de investidores em todo o mundo (getty images/Divulgação)
Continua após publicidade

É impossível que você não tenha ainda ouvido falar de ESG. Essas 3 letras estão por toda parte e têm movimentado consideravelmente o mundo dos negócios. Segundo a Global Sustainable Investment Alliance, o segmento de investimento responsável em torno do ESG já chega a US$ 31 trilhões, o que representa 36% do total de ativos financeiros sob gestão no mundo.

Se você digitar ESG na barra de pesquisa do Google e teclar <enter>, pronto, também já aparecem mais de 86 milhões de resultados.

Mas você pode estar se perguntando: o que isso tem a ver comigo? Muito mais do que você imagina.
Não é de hoje que as empresas e a sociedade se empenham em usar padrões mais sustentáveis no seu dia a dia.

O próprio termo “desenvolvimento sustentável” apareceu em nossas vidas em 1987, quando o Relatório Brundtland foi publicado pela Organização das Nações Unidas – ONU. Estava lá: “Desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.”

Antes disso, o Clube de Roma publicou em 1972 o relatório “Os limites do crescimento”, concluindo que se a humanidade continuasse a consumir os recursos naturais como naquela época, eles se esgotariam em menos de 100 anos. Isso em 1972.

Em 1994, John Elkington cunhou a expressão “Triple Bottom Line”, que expandiu a compreensão do modelo de negócios tradicionais, que só considerava fatores econômicos na avaliação de uma empresa, para um novo modelo que passava a considerar a performance ambiental e social da companhia, além da financeira.

Continua após a publicidade

Em 2004, o Banco Mundial e o Pacto Global publicaram o relatório “Who cares wins, connecting financial markets to a changing world” (Quem se importa ganha, conectando mercados financeiros a um mundo em mudança, em tradução livre), resultado de uma conferência mundial organizada para examinar o papel dos direcionadores de valor ambiental, social e de governança (ESG) nos ativos gestão e de pesquisa financeira. Esse documento pode ser considerado como a “certidão de nascimento” do termo ESG.

Desde então, as informações ESG têm se mostrado essenciais para a tomada de decisão de investidores em todo o mundo, remetendo a negócios sólidos, de baixo custo de capital e com maior resiliência contra os riscos associados à sustentabilidade.

E hoje?

Bem, o capitalismo de Shareholder (aquele que tem o acionista como figura central) está sendo rapidamente substituído pelo capitalismo de Stakeholder, considerando as demandas de acionistas, colaboradores, fornecedores, parceiros, clientes e da sociedade em geral.

A indústria descobriu que precisa seguir rumo a um ambiente empresarial mais colaborativo, consciente, com propósitos de geração de valor para todos os envolvidos.

Continua após a publicidade

A crise que se formou junto com a pandemia do coronavírus criou um imperativo para que as empresas repensem sua forma de operar e tenham a oportunidade de se transformar. Verde é a cor da recuperação.

Sigla exige um novo modelo de comportamento não só das empresas, mas da sociedade
ESG têm se mostrado essenciais para a tomada de decisão de investidores em todo o mundo (getty images/Divulgação)

Temos uma nova geração de consumidores, investidores e de colaboradores que, mesmo sem saber, já utilizam critérios ESG em suas relações. Esse grupo corresponde a cerca de 40% da força de trabalho em todo o mundo e continua crescendo.

Eles são mais digitais, são informados em tempo real, são preocupados com a sustentabilidade do planeta, demandam transparência e responsabilidade social global e pensam no longo prazo. Essa geração exige propósito de quem eles compram, dos produtos que consomem, dos seus investimentos e das empresas onde trabalham.

Continua após a publicidade

Estamos vivendo e assistindo a uma revolução que, em muito, é provocada por um novo modelo de relação, de consumo e de poupança, mais consciente e sustentável.

O mercado financeiro já entendeu essa mudança de percepção nos seus clientes e investidores, e passou a avaliar as empresas utilizando novos critérios para medir esses novos riscos.

Por sua vez, as empresas que precisam dos investimentos, estão se adaptando a essa nova forma de avaliação, onde os critérios ambientais, sociais e governança (ESG) valem muitos pontos para que elas tenham acesso a um crédito mais “barato” e com um prazo maior de pagamento.

As grandes empresas passaram a exigir dos seus fornecedores de produtos e serviços, aqueles mesmos critérios pelos quais são avaliadas, normalmente das médias e pequenas empresas. Ou seja, ESG não é coisa só de empresa grande.

Continua após a publicidade

É por isso que as empresas realmente sustentáveis já entenderam que ESG não é mais um diferencial competitivo, é uma condição para ela competir, atrair investimentos, acessar crédito e conquistar corações e mentes dos clientes, colaboradores e da sociedade.

Entendeu agora o seu papel nesse processo? São os seus hábitos conscientes e sustentáveis que transformam o mundo. Simples assim.

Se você prioriza o consumo de produtos sustentáveis, fabricados por empresas íntegras, legalizadas, inclusivas e que apresentam um papel social ativo, pronto, você está fazendo a sua parte.

Como disse Sônia Favaretto, na Jornada ESG, promovida recentemente pela Firjan: ESG não é moda. É a força para um novo mundo que precisa de um novo modelo de pensamento, de um novo modelo para gerir e operar as empresas. É um novo modelo de comportamento.

Coluna escrita em colaboração com Jorge Peron Mendes, gerente de Sustentabilidade na Firjan, mestre em Engenharia Ambiental pela UERJ.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.