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Gilberto Ururahy

Por Gilberto Ururahy, médico Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista em medicina preventiva
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Por que dormir mal ajuda a engordar?

Pesquisa americana conclui que noite mal dormida traz prejuízos maiores que o cansaço no dia seguinte

Por Gilberto Ururahy
Atualizado em 6 Maio 2022, 12h32 - Publicado em 4 Maio 2022, 12h30
Homem deitado na cama com insônia.
Noites em claro podem colaborar para o aumento de casos de obesidade, doenças metabólicas e cardiovasculares a longo prazo. (Shutterstock/Reprodução)
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Nas consultas realizadas na MedRio Check-up, somos enfáticos com os clientes sobre a importância do estilo de vida saudável. Se alimentar bem, praticar exercícios, consumir álcool com moderação, não fumar e dormir bem são a melhor forma de prevenir doenças e garantir a longevidade com autonomia. Cada vez mais, a ciência endossa esse discurso, com novas descobertas.

Segundo a revista científica Journal of the American College of Cardiology, uma noite reparadora de sono vai muito além de prevenir o cansaço no dia seguinte. Pesquisadores americanos constataram que a falta de um sono adequado provoca um aumento de 9% na área total da gordura abdominal e de 11% na gordura visceral, a que se localiza entre os órgãos internos do abdomen e está diretamente atrelada ao aumento no desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas. Ou seja, a constatação dos cientistas aponta que um sono ruim colabora para o aumento de casos de obesidade, doenças metabólicas e cardiovasculares a  longo prazo.

Segundo pesquisa da Associação Brasileira do Sono (ABS), 65% da população brasileira afirmava ter problemas na qualidade do sono em 2019. Nossas pesquisas nas clínicas demonstram que 35% dos pacientes examinados em nossas clínicas convivem com insônia, dos quais 23% necessitam utilizar equipamento CPAP (Pressão Aérea Positiva Contínua) após a realização da polissonografia. A má qualidade do sono acaba tendo outras implicações: 78% convivem com alto nível de estresse, 65% são sedentários, 63% tem sobrepeso e 20% são obesos.

A dificuldade em dormir se explica, muitas vezes, pelos maus hábitos à noite. Tornou-se comum as pessoas levarem o aparelho celular para a cama e ficarem conectados em redes sociais ou sites de notícias. Isso é bastante prejudicial para o repouso, que deve acontecer, idealmente, em ambiente tranquilo, escuro, livre de barulhos, luminosidades e estímulos de aparelhos eletrônicos. De acordo com a Fundação Nacional do Sono americana, um adulto deve dormir, em media, entre sete e nove horas por noite.

Além disso, cresceu o consumo de bebida alcoólica para “relaxar”, ainda mais durante a pandemia. Acontece que o álcool não é um relaxante, ao contrário, e prejudica a qualidade do sono. Outros, adquiriram o hábito de comer mais pesado à noite, como uma espécie de compensação pela intensa carga de trabalho durante o dia. A situação é agravada pela baixa adesão à prática de atividades físicas, que ajudam no gasto calórico e na qualidade do sono. Diante das poucas horas dormidas, muitos recorrem a ansiolíticos e outros remédios indutores de sono. A conta já aparece logo no dia seguinte, com a dificuldade de concentração, memória e baixa atenção.

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Alguns outros comportamentos podem colaborar para regular a qualidade do sono: não consuma café ou bebidas a base de cafeína horas antes de dormir, evite o uso de eletrônicos na cama, não vá se deitar se não estiver com sono e estabeleça um horário certo para se recolher e dormir. São medidas simples e que podem fazer toda a diferença, não apenas na sua noite, mas também na sua saúde.

Gilberto Ururahy é médico há mais de 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a Med Rio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom estressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” (Editora Rocco) e “Emoções e saúde” (Editora Rocco).

 

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