VEJA Rio recomenda
Não perca, nesta semana, a peça Quase Normal, o espetáculo infantil Rapunzel, a exposição do quadrinista argentino Liniers e o show do jovem Cícero
TEATRO
Quase Normal. Encenado pela primeira vez em 2008, no circuito alternativo de Nova York, o musical teve trajetória meteórica: um ano depois, já na Broadway, foi indicado a onze prêmios Tony e venceu em três categorias. Em cartaz no Teatro Clara Nunes, a esmerada versão brasileira da peça ajuda a entender o fenômeno. Diretor do espetáculo, Tadeu Aguiar se incumbiu da fluida tradução de texto e letras de Brian Yorkey. A direção musical de Liliane Secco preserva o que a música de Tom Kitt tem de mais expressiva, com suas misturas de instrumentos elétricos e acústicos e evocações de bandas de rock dos anos 70 e 80. Atriz com experiência em musicais, Vanessa Gerbelli brilha no papel da protagonista Diana Goodman, mãe de família que desenvolve transtorno bipolar após a morte do filho. Escoltada pelo bom desempenho de outros cinco atores, ela conduz de forma emocionante um tema espinhoso, mas aqui tratado sem condescendência.
CRIANÇAS
Rapunzel. Entre panos, vassouras e baldes, a empregada Celestina (Ana Moura) conta a história dos Irmãos Grimm à sua maneira. Na inventiva montagem no Theatro Net Rio, a atriz também interpreta a feiticeira que aprisiona Rapunzel (Melissa Prado), a doce menina de longas tranças. O cenário de Ney Madeira proporciona boa parte da diversão: uma mala de roupas vira muro, esfregões transformam-se no espinheiro que guarda a torre e as rédeas do cavalo de pau do príncipe (Pedro Maia) são fios de telefone. À vontade, o elenco solta a voz, acompanhado pela violonista Júlia Ludolf, em trilha sonora engenhosa que apoia a narrativa com temas diversos como a cantiga Se Essa Rua Fosse Minha e Canção da Despedida, de Geraldo Azevedo. Saiba mais na coluna Crianças.
EXPOSIÇÃO
Liniers. Principal atração da retrospectiva dedicada ao quadrinista argentino na Caixa Cultural, um enorme painel com 500 tirinhas da série Macanudo (todas originais) escancara as influências de seu autor. Publicadas no jornal La Nación há dez anos, as histórias trazem figuras como a esperta menina Enriqueta, descendente incontestável de Mafalda, famosa personagem do mestre e conterrâneo Quino. Também estão lá animais cheios de personalidade, a exemplo do gato Fellini, que em certos momentos lembra o Snoopy de Charles Schulz. Outros tipos, o garoto Martincito e sua amiga imaginária Olga podem ser comparados a Calvin e ao tigre Haroldo, de Bill Waterson. Liniers dá-se ao luxo de entregar o jogo porque foge da cópia pura e simples com um trabalho pessoal que inspira ora o riso, ora a reflexão. No acervo reunido, seu talento também transparece em desenhos para um livro infantil, um vídeo de animação, capas de livros, arte para CDs, cadernos de desenhos, contos ilustrados e pinturas. Saiba mais na coluna Exposições.
SHOW
Cícero. Formado em direito, depois de tentar fazer carreira com uma banda de rock, ele resolveu, em 2011, compor, cantar, tocar e gravar canções dentro de seu apartamento de 25 metros quadrados em Botafogo. Lançadas sem maiores pretensões em uma rede social, as músicas com letras melancólicas sobre o amor e delicadas crônicas do dia a dia conquistaram os internautas e resultaram no disco Canções de Apartamento. Seu repertório volta a ser mostrado ao vivo no sábado (28), no Circo Voador. Em arranjos que vão do indie rock a melodias tristonhas à moda do Los Hermanos, faixas como Tempo de Pipa, Vagalumes Cegos e João e o Pé de Feijão já costumam ser acompanhadas em coro pelo público. A propósito: o disco pode ser baixado de graça em https://www.cicero.net.br. Cícero e banda dividem a noite com o duo Letuce, às voltas com o lançamento do segundo álbum, Manja Perene. Saiba mais na coluna Shows.