Caso Regina: disputa entre família e marido envolve laudos e interdição
Segundo atestou perito judicial, é 'possível' socialite de 88 anos ser 'suscetível à manipulação'
Um laudo assinado por perito judicial atestou que é “possível” a socialite Regina Gonçalves, de 88 anos, ser “suscetível à manipulação e à implementação de falsas memórias”. Segundo o jornal O Globo, o documento foi anexado, no último dia 15, ao processo que tramita na Justiça e pode ser crucial para o juiz definir quem deverá ficar com ela – e com sua herança: o marido José Marcos Chaves Ribeiro, de 53 anos, que seria seu ex-motorista, ou a família de Regina. O laudo pode auxiliar a defesa de Ribeiro, já que comprovaria sua versão de que os parentes estariam controlando a idosa.
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Viúva de Nestor Gonçalves desde 1994, Regina não teve filhos e herdou dois apartamentos no icônico edifício Chopin, ao lado do Copacabana Palace, além de mansões em São Conrado, uma fazenda em Angra dos Reis e outros bens. Em 2016, de acordo com o processo, Benedicto Julio Lemos, irmão de Regina, propôs, uma ação para interditar a socialite, levantando dúvidas sobre sua sanidade e capacidade civil. O processo tramitou na 12ª Vara de Órfãos e Sucessões da Comarca da Capital, mas a Justiça julgou improcedente. Naquele ano, a família também entrou com um processo de maus-tratos sofridos por Regina, acusando Ribeiro. À época, de acordo com certidão de união estável registrada no 23º Ofício de Notas da Capital do Rio, no Centro do Rio, em 21 de dezembro de 2021, Ribeiro já morava com ela. O documento informa que o casal começou a se relacionar em 2010.
No fim de 2023, ainda segundo o processo, Ribeiro alegou que percebeu que a esposa passou a demonstrar sinais de demência. Outro laudo, dessa vez, de um psiquiatra particular, atestou que ela “desenvolveu rapidamente debilidade compatível com quadro demencial avançado”, no caso, Alzheimer. Com déficit cognitivo grave, o marido conseguiu que ela fosse interditada no início deste ano, obtendo uma curatela provisória por 120 dias. No dia 2 de janeiro, Ribeiro alegou que Regina teve um surto e foi à casa do irmão, em Copacabana, de onde não mais retornou. Outra ação foi movida pela família da socialite contra o marido, dessa vez, por violência psicológica e doméstica sofrida por ela, além da ameaça.
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Segundo o empresário João Chamarelli, que disse estar autorizado pela família de Regina a dar entrevistas sobre o caso, Ribeiro era motorista da socialite e a mantinha em suposto cárcere privado, até que conseguiu escapar, após um descuido do suposto algoz. “Conversei ontem (22/04) com a Regina. Ela está bem, super lúcida. Logicamente, ainda há o trauma psicológico pelo qual passou. Em breve, ela retornará para cá. Estamos organizando uma festa de boas-vindas para ela no Chopin. Há 67 anos que moro aqui, desde que nasci, e tenho um carinho muito grande por ela. Ela renasceu das cinzas! Está até pensando em arrumar o apartamento para o show da Madonna”, disse ao Globo a síndica do Chopin, Marina Felfeli, afirmam que, só agora, ela está bem de saúde.