Praças flutuantes, píer e marina: como é o projeto do Parque do Porto
Prefeitura planeja construção de nova orla de convívio público, lazer, cultura e eventos na Zona Portuária
Os planos da prefeitura para o chamado Porto Maravilha incluem a criação de uma nova orla de convívio público, lazer, cultura e eventos para o Rio, abrindo ao uso da população a frente marítima da Zona Portuária. Batizado de Parque do Porto e com construção prevista para acontecer em duas etapas, o projeto inclui um novo píer para embarque e desembarque de navios de cruzeiro. A ideia é que ele conte com um conjunto de praças flutuantes, com áreas verdes e para piquenique, hortas comunitárias, quadras poliesportivas, ciclovias, museu a céu aberto, espaços para eventos, equipamentos para tratamento de água e resíduos e plantio de árvores. Tudo perpassado por uma longa via suspensa para pedestres e bicicletas. O projeto está sendo negociado com o governo federal para cessão de áreas da União e adequação das atividades portuárias.
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A inspiração para essa nova orla do Rio vem do Parque do Flamengo, só que numa modelagem moderna e revisitada de construção, sem uso de aterros e respeitando o meio ambiente. A experiência das praças flutuantes já foi adotada em Nova York, onde a população local e os visitantes ganharam um parque ao longo do Rio Hudson dentro do projeto “Little Island”. Inaugurado em maio de 2021, ele é ligado à ilha de Manhattan por duas passarelas, tem bosques, anfiteatros, gramados, entre outras benfeitorias, que já se tornaram atração na cidade americana.
“A gente quer fazer um parque absolutamente inovador, trabalhar com a questão da sustentabilidade, de como podemos adaptar (o parque) inclusive às questões de elevação do mar. Por isso falamos em parque flutuante. A ideia é ganhar um espaço público urbano de enorme qualidade, que em termos de intervenção no Rio só pode ser comparado ao Parque do Flamengo. Mas queremos um Parque do Flamengo do século 21″, disse o prefeito Eduardo Paes, observando que vivemos um novo “momento ambiental”. “Não se tem mais como aterrar, agredir a natureza. O Parque do Flamengo foi construído em outro momento de visão urbanística e ambiental. Hoje não se conseguiria fazer um aterro como aquele e nem é desejável que se faça. Então a gente traz um novo conceito de píers e flutuantes, sem impacto ambiental negativo”, explicou ele.
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O Parque do Porto tem como objetivo consolidar a revitalização da Zona Portuária e devolver a frente marítima da Baía de Guanabara à cidade, num processo que começou com derrubada do Elevado da Perimetral. O parque prevê o aproveitamento dos armazéns portuários com atividades culturais e gastronômicas, entre outras, criando todo um grande espaço urbano de convívio numa região do Rio que começa a consolidar sua ocupação urbana, com procura de futuros novos moradores pelos empreendimentos imobiliários que estão sendo construídos. O projeto foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva há cerca de um mês e agora a Prefeitura do Rio, o Ministério dos Portos e Aeroportos e a autoridade portuária PortosRio (antiga Companhia Docas) negociam os termos e a modelagem do novo parque público, uma vez que ele ocuparia área da União.
A criação de um novo píer para navios de turismo e a transferência da área alfandegada dos armazéns para este novo píer permitiriam a ocupação dos antigos galpões com atividades comerciais. O objetivo é permitir a abertura da área do cais à circulação, como aconteceu entre a Praça Mauá e a Praça Quinze, onde o projeto Porto Maravilha revitalizou a orla e ela pode ser percorrida pela população. A ideia da Prefeitura é que o Parque do Porto seja construído em duas etapas, sendo que a primeira delas, no trecho da Praça Mauá até a altura do Armazém 7 do porto (perto do AquaRio), com licitação e início de obras previstos para até o final de 2024.
Numa segunda etapa, o Parque do Porto aproveitaria ainda o potencial das Ilhas de Santa Bárbara e da Pompeba, que ficam localizadas nesta região da Baía de Guanabara, e seriam agregadas à nova área pública. Esta segunda etapa demanda negociações mais amplas, uma vez que as ilhas da Baía de Guanabara pertencem à União. A prefeitura do Rio negocia com o governo federal a cessão delas para o projeto. Elas seriam recuperadas ambientalmente e absorvidas pelo conceito do Parque do Porto. Uma das ideias que está em discussão é a criação de um museu a céu aberto para esculturas e obras monumentais na Ilha da Pompeba, uma espécie de Inhotim carioca, que seria visitada por um serviço de barcos saindo do cais.
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Desde 2021, o Porto Maravilha vive um momento de grandes lançamentos imobiliários para novos residenciais que estão transformando sua paisagem urbana. A partir de meados de 2024, os primeiros novos moradores destes empreendimentos chegarão em suas casas, iniciando um processo de adensamento da região que passará a ter mais serviços e mais vida 24h. Até hoje, foram lançadas 9.129 unidades habitacionais. Isso representa mais de 27 mil pessoas a mais morando no Porto – um aumento de 90% da população atual da Zona Portuária.