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“O esporte abre caminhos”

Rafael Picciani, fala sobre a retomada de grandes eventos, o impacto social e econômico do esporte e políticas para formar jovens atletas no Rio

Por Redação VEJA RIO
29 ago 2025, 08h00
Rafael Picciani, deputado estadual pelo MDB, assumiu a Secretaria Estadual de Esporte e Lazer em 2023
 (Rafael Picciani, deputado estadual pelo MDB, assumiu a Secretaria Estadual de Esporte e Lazer em 2023. Leo Lemos/Reprodução)
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Deputado estadual pelo MDB, Rafael Picciani assumiu a Secretaria Estadual de Esporte e Lazer em 2023 e, desde então, busca tornar o Rio referência nacional e internacional no universo esportivo. Ao mesmo tempo, quer ampliar oportunidades para crianças e jovens, principalmente por meio dos Jogos Escolares do Rio de Janeiro (Jerj), voltados a estudantes atletas entre 11 e 17 anos de todas as regiões do estado. Em sua trajetória política, iniciada em 2010, Picciani já ocupou cargos estratégicos, como secretário de Transportes, de Habitação e de Coordenação de Governo do Rio. Casado e pai de quatro filhos, o carioca de 39 anos se considera um “militante do esporte” e o defende como instrumento de transformação social e motor econômico. Em bate-papo com VEJA RIO, o secretário fala sobre os desafios de gerir o esporte no estado e a potência de eventos e políticas públicas para gerar oportunidades.

Qual a importância dos grandes eventos esportivos para o estado? Esses eventos movimentam toda a cadeia econômica: hotéis, transporte, comércio, publicidade e serviços. Além disso, geram visibilidade global para a cidade e o estado, reforçando o Rio como destino esportivo e turístico. Mas o impacto não é apenas econômico. Quando uma criança de comunidade vê alguém do seu bairro participando de grandes competições, percebe que também pode alcançar seus objetivos.

Qual é a meta da secretaria em relação à atração de iniciativas esportivas para o Rio? Mais do que ser sede de grandes eventos, nossa meta é transformar o Rio na casa das entidades esportivas no país. Queremos trazer o maior número possível de confederações para cá, fomentando o esporte desde a base. Trabalhamos sempre com aquela máxima: o atleta que vem competir é um potencial turista que vai voltar depois para conhecer melhor a cidade.

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Quais exemplos recentes mostram o impacto dos eventos no estado? O STU, por exemplo, cresceu tanto que já não cabe mais na Praça Duó. Outro exemplo é o vôlei: trouxemos de volta a seleção ao Maracanãzinho e foi a segunda maior audiência da TV Globo, só atrás do futebol. A ginástica também é um caso de sucesso: hoje há mais de 2 000 crianças na fila de espera para treinar com o Flamengo. Isso mostra que, quando você recebe grandes competições, você estimula a base. Fechamos acordo com a NFL para trazer jogos ao Rio em 2026. Em São Paulo, o evento contou com 12 000 americanos, o que não é simples. E aqui o atrativo é ainda maior. Com exceção da Fórmula 1, todos os grandes eventos esportivos nesse ciclo passaram ou ainda passarão pelo Rio.

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Quais são os benefícios do investimento no esporte para a população? Primeiro, o social. Uma população mais ativa passa a reivindicar espaços, ocupar praças, especialmente em comunidades e cidades do interior, onde uma quadra ou ginásio são espaços importantes de cidadania e convivência. O esporte melhora a saúde física e mental em todas as idades. Ele também atua na educação das gerações futuras e ajuda o governo a chegar a diferentes comunidades: o esporte abre caminhos. Há, ainda, o papel econômico, movimentando hotéis, restaurantes e estimulando investimentos privados.

Como o estado tem trabalhado com os esportes eletrônicos? Há muitas críticas sobre os e-sports, mas é preciso entender que as gerações mudam. Essa geração é mais imediatista, mais tecnológica, e os jogos eletrônicos fazem parte disso. Além de movimentar uma indústria gigantesca, eles formam mão de obra para todo o setor digital. Criamos, em parceria com a prefeitura de Japeri, o projeto GameCraft, que vai além do jogo. Um caso me marcou muito: um jovem gabaritou a prova de inglês no Enem apenas com a base que aprendeu no programa. Isso é transformador.

Como a secretaria trabalha com esporte escolar e jovens atletas? Resgatamos os Jogos Escolares estaduais — nosso verdadeiro orgulho — e temos garantido acesso e oportunidades a crianças de todas as regiões. Antes, mais de 5 000 crianças participavam; hoje, chegamos a 9 000; e a meta é alcançar 20 000 atletas até o fim do governo. O estado custeia transporte, hospedagem, alimentação, uniformes e envia delegações com equipe multidisciplinar. O foco não é apenas resultado, mas vivência, inclusão e cidadania. Técnicos indicados pelas próprias entidades decidem os regulamentos e recursos. E hoje o Rio figura sempre entre os três primeiros no quadro de medalhas dos jogos nacionais.

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Como o estado tem lidado com a requalificação de equipamentos esportivos? Reabrimos as atividades no Complexo Esportivo Caio Martins, fizemos audiências públicas para discutir o futuro do espaço e queremos transformá-lo em uma arena multiúso, à altura de Niterói e do estado. No Júlio Delamare, recuperamos a piscina de saltos ornamentais, voltamos a ter uma das melhores estruturas do país e já trouxemos o Mundial Júnior em 2024, com atletas de mais de 40 países.

Qual é a importância da Lei de Incentivo ao Esporte? O recurso público é burocratizado e, muitas vezes, não permite antecipar investimentos em grandes competições. A lei de incentivo resolve esse descompasso, dando agilidade sem perder transparência e viabilizando mais de 200 eventos de praticamente todas as modalidades.

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Como funciona o Bolsa Atleta? Nosso programa oferece suporte financeiro a atletas e paratletas, permitindo foco total em treinos e competições. Hoje contempla mais de 800, com investimento anual de 9 milhões de reais, equidade de gênero e inclusão do paradesporto. O programa é transparente, baseado em méritos avaliados por federações, e buscamos sempre aumentar os beneficiários sem comprometer o orçamento.

 

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