Método por endoscopia promete redução do estômago mais simples
Aprovada pela Anvisa no fim do ano passado, a gastroplastia endoscópica diminui em até 70% o tamanho do órgão, sem cortes
Encarada como uma doença de abrangência global pela Organização Mundial de Saúde, a obesidade atinge uma em cada cinco pessoas no Brasil, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde. No Estado do Rio, ela acomete 16,5% da população. Na maioria dos casos, dieta, atividades físicas e eventualmente medicação ou intervenção cirúrgica são os tratamentos indicados. Nessa última categoria, começa a ganhar espaço uma técnica de redução do estômago menos invasiva, intitulada gastroplastia endoscópica. Aprovado no fim do ano passado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o procedimento diminui em até 70% o tamanho do órgão. Ao contrário da cirurgia bariátrica convencional, a intervenção não se vale de cortes e é realizada por via endoscópica. Com o auxílio de uma câmera e uma agulha, o médico faz uma sutura com fio de alta resistência no estômago, deixando-o com formato tubular. Com duração de cinquenta minutos, a novidade reduz os riscos no pós-operatório e permite ao paciente ter alta no mesmo dia. “É mais um recurso para quem não se adapta a medicamentos ou não tem o perfil para se submeter à cirurgia bariátrica tradicional”, explica Felipe Matz, membro da Sociedade Americana de Endoscopia Gastrointestinal (Asge, na sigla em inglês).
Indicada para pessoas com índice de massa corporal (IMC) entre 30 kg/m² e 40 kg/m², a técnica prevê uma perda em torno de 20% do peso. “Ela dá o impulso, porém o resultado depende de uma reeducação alimentar”, reforça o endoscopista, que já fez cerca de trinta procedimentos. Com hipertensão e diabetes, o funcionário público Mario Jorge Lima de Carvalho, 50 anos, submeteu-se ao método há dois meses. Desde então, eliminou 20 quilos. “Tentei várias alternativas, inclusive balão gástrico. Emagrecia um pouco, mas engordava tudo de novo. Desta vez funcionou de verdade”, diz ele. A gastroplastia endoscópica, que não é coberta por planos de saúde, custa entre 30 000 e 35 000 reais.