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HIV pós-transplantes: polícia prende dono de clínica que falsificou laudos

Walter Vieira é médico ginecologista e responsável técnico do laboratório PCS Lab Saleme; Polícia Civil deflagra operação para prender mais três envolvidos

Por Da Redação
14 out 2024, 13h21
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Operação Verum: sócio de laboratório que fez testes errados de HIV foi preso em outubro (Rafael-Campos/Governo do Estado do Rio/Divulgação)
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Um dos sócios do laboratório que fez os testes errados de HIV, que resultaram na infecção de seis pessoas com o vírus, foi preso na manhã desta segunda (14), no Rio. Walter Vieira, sócio do PCS Lab Saleme, foi preso por agentes da Delegacia do Consumidor (Decon), na primeira fase da Operação “Verum”, deflagrada para cumprir quatro mandados de prisão preventiva contra investigados no caso dos transplantes de órgãos infectados pelo HIV e 11 de busca e apreensão. Ao todo, 40 agentes participam da ação. Até o fim da manhã, duas prisões já haviam sido feitas.

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Seis pessoas que estavam na fila do transplante da Secretaria estadual de Saúde do Rio receberam órgãos infectados pelo vírus de dois doadores e agora testaram positivo para o HIV. Um dos pacientes veio a falecer, com as causas da morte ainda sob investigação. Segundo o governo do estado, o erro foi em dois exames do PCS Lab Saleme, que liberou órgãos de dois doadores que tinham HIV para a fila dos transplantes. Walter Vieira é médico ginecologista e responsável técnico do laboratório. Ele assinou um dos laudos com o falso negativo e é tio do deputado federal Dr. Luizinho (PP), que foi secretário estadual de Saúde. O segundo preso é Ivanilson Fernandes dos Santos, responsável técnico do laboratório, apontado como um dos responsáveis pelo laudo. O sócio Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, filho de Walter, também foi conduzido pela polícia para prestar depoimento.

A sede do PCS Lab Saleme, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, teve de ser arrombada pelos policiais. O local estava interditado desde a semana passada. A unidade privada foi contratada pela SES-RJ em dezembro do ano passado, em um processo de licitação via pregão eletrônico no valor de R$ 11 milhões, para fazer a sorologia de órgãos doados.

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A polícia investiga se o PCS Lab Saleme falsificou laudos em outros casos além dos transplantes. A unidade atendia outras 10 unidades de saúde estadual. Os alvos dos mandados de prisão são investigados por crime contra as relações de consumo; associação criminosa; falsidade ideológica; falsificação de documento particular e infração sanitária. Em nota, a defesa de Walter e Mateus Vieira diz que “repudia com veemência a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório, uma empresa que atua no mercado há mais de 50 anos. Ambos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça”. Na última sexta (11), quando o caso veio à tona, Doutor Luizinho afirmou em nota que lamenta o ocorrido e que deseja que os responsáveis pelos erros que causaram as infecções sejam punidos.

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