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Eleição municipal: prefeito Eduardo Paes é reeleito com 60% dos votos

A atual gestão de Paes (PSD) é aprovada por mais da metade dos cariocas e as pesquisas já previam a reeleição no primeiro turno

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 6 out 2024, 23h00 - Publicado em 6 out 2024, 19h29
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Eduardo Paes: Eduardo Paes: 'A mensagem que queremos dar é que temos que parar com essa história de ódio na política'.  (TV Globo/Divulgação)
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Às 19h15 deste domingo (6), com pouco mais de 90% das urnas da capital fluminense apuradas, o prefeito Eduardo Paes (PSD) foi reeleito.

O candidato Alexandre Ramagem (PL) teve cerca de 30% dos votos, enquanto Tarcísio Motta (PSOL), figurou em terceiro lugar no pleito, com aproximadamente 4% dos votos.

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A atual gestão de Eduardo Paes  é aprovada por mais da metade dos cariocas e as pesquisas já previam a reeleição no primeiro turno, algumas não chegaram a cravar que ele teria mais de 60% dos votos. A vitória do atual prefeito representa a mais significativa derrota do bolsonarismo nas eleições municipais.

Esse é o quarto mandato de Eduardo Paes, eleito anteriormente em 2008, 2012 e 2020. Com o resultado deste domingo (6), ele se torna o alcaide mais longevo da história do Rio de Janeiro. César Maia, reeleito vereador neste pleito, também comandou o Rio por 3 mandatos.

Atualização: às 20h10, 100% das urnas estavam apuradas e Paes terminou em primeiro lugar com 60,47% dos votos. Ramagem finalizou com 30,81% e Tarcísio Motta com 4,2%.

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Na edição de setembro de VEJA Rio, Paes opinou sobre os principais problemas da cidade. Confira abaixo:

Criminalidade.

“A grave crise de segurança não se limita à nossa cidade, já que a população de todo o estado do Rio, sobretudo da Região Metropolitana, vive com medo. A responsabilidade pela segurança pública é do governo estadual, que comanda as polícias. As prefeituras sozinhas não dispõem de meios nem recursos para resolver o problema. Apesar da omissão estadual, temos feito nossa parte. Trocamos todo o sistema de iluminação, com 450 000 lâmpadas de LED. Realizamos ações de ordenamento. Criamos o BRT Seguro, com redução de 90% do vandalismo. Mudamos a escala da Guarda Municipal para pôr mais agentes nas ruas. Instalamos milhares de câmeras ligadas ao Centro de Operações e criamos o Civitas — uma central de inteligência 24 horas em apoio às forças de segurança. Num próximo mandato, vamos expandir tudo o que já fizemos, além de permitir que um grupo de elite da GM ande armado, após treinamento rigoroso. Mas é fundamental que o governo estadual assuma sua responsabilidade e faça valer seu poder de polícia.”

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Clima.

“O Centro de Operações, o sistema de sirenes contra deslizamentos nas comunidades e os piscinões contra alagamentos da Grande Tijuca são algumas das iniciativas que fizeram do Rio referência internacional em resiliência. Tanto que já presidimos o grupo C40, que reúne as maiores cidades contra as mudanças climáticas, e hoje copresidimos a Global Commission for Urban SDG Finance, comitê de financiamento ambiental para municípios. Desde 2021, investimos 2,1 bilhões de reais em 300 ações preventivas contra desastres climáticos, como contenção de encostas, drenagem e desassoreamento. Plantamos mais de 450 000 árvores e construímos cinco novos grandes parques nas zonas Norte e Oeste. Num próximo mandato, vamos implantar o projeto de controle de enchentes da Bacia do Rio Acari, criar um programa de habitação para o reassentamento de populações ribeirinhas, expandir o sistema de sirenes para comunidades suscetíveis a enchentes e criar o Zona Norte Verde, para arborizar e reduzir ilhas de calor.”

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Idosos.

“O envelhecimento saudável da população é uma questão importante para a nossa gestão e temos uma secretaria exclusiva para esse tema, com o desenvolvimento de vários projetos que promovem mais qualidade de vida. O programa Vida Ativa oferece atividades físicas, sociais, culturais, educativas e integrativas, beneficiando mais de 30 000 pessoas. Já o projeto Agente Experiente tem como objetivo a inclusão profissional desse grupo, com o pagamento de uma bolsa-auxílio por doze horas semanais em apoio aos serviços públicos. Esses idosos atuam, por exemplo, no Velha Guarda do BRT, na preservação do bem público. Temos também oito Casas de Convivência, espalhadas por todas as regiões. E, dentro das iniciativas da área de saúde, há o Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso (Padi) que, entre 2021 e 2024, já realizou mais de 775 000 visitas e acompanhamentos, 25% a mais do que na administração passada. Num novo governo, vamos ampliar os programas e implementar outras iniciativas.”

Trânsito.

“A saída para reduzir os engarrafamentos é sempre investir em transporte coletivo de qualidade. Por isso, promovemos o renascimento do sistema BRT, que havia sido destruído. Compramos mais de 700 ônibus, reformamos e abrimos todas as estações, finalizamos as obras da Transbrasil, construímos dois grandes terminais, Gentileza e Deodoro, e hoje transportamos, com conforto e rapidez, meio milhão de pessoas diariamente. E ainda voltamos com mais de 180 linhas de ônibus que tinham sido desativadas, investimos mais de 1 bilhão de reais nas obras viárias de Campo Grande e aprimoramos as ferramentas de controle de tráfego do Centro de Operações. Agora, vamos fazer com os ônibus convencionais a mesma revolução feita com o BRT. Além disso, queremos dar início à transição do sistema BRT de rodas para um Sistema Leve sobre Trilhos, a partir da Transcarioca e da Transoeste, ampliar as integrações tarifárias com a nova bilhetagem digital e implantar faixa azul para motos nas principais vias da cidade.”

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Educação.

“A cidade do Rio se tornou a campeã do Brasil na melhoria da qualidade do ensino público, com o maior crescimento na nota do Ideb. Hoje lideramos as capitais do Sudeste e tudo isso é fruto do trabalho dos nossos servidores e políticas pedagógicas. Além da implantação de 200 GETs (os ginásios tecnológicos), expandimos a oferta de ensino integral para 50% dos alunos, contratamos 9,5 mil professores, voltamos com o kit escolar de qualidade, criamos 25 mil vagas em creches e investimos R$ 700 milhões em reformas das unidades. A climatização das salas saltou de 28% para 97% das escolas. Além disso, contratamos milhares de profissionais de dedicação exclusiva à Educação Especial. Com 7 mil mediadores, a nossa média atual é de 1 profissional para cada 4 alunos e queremos chegar a 1 para 3. Nossas propostas incluem ainda ser a 1ª capital do país em matrículas com ensino em tempo integral, criar mais 13 mil vagas em creche, seguir avançando na infraestrutura e ampliar para 500 o número de GETs.”

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Saúde.

“Para nós, o mais importante é que os hospitais funcionem. A prefeitura está à disposição para parcerias e tem condições de assumir a gestão de unidades federais, desde que todos os recursos para custeio e pessoal sejam repassados. Mas hoje não há qualquer gestão compartilhada. A Saúde tem sido nossa prioridade e foi preciso recuperar a rede municipal, que havia sido abandonada. Fizemos as clínicas da família voltarem a funcionar, passando de 40% para 74% a cobertura de atenção primária. Contratamos 4 mil médicos e 13 mil profissionais de saúde. Com a criação do Super Centro Carioca de Saúde, reduzimos pela metade o tempo da fila do Sisreg, o Sistema Nacional de Regulação dos recursos de saúde. Abrimos duas maternidades, na Rocinha e Ilha do Governador, e reformamos várias unidades. Vamos criar mais dois Super Centros, nas zonas Norte e Oeste, e um programa dedicado às famílias com pessoas do espectro autista com 8 centros de referência, além de supervisionar com mais rigor o atendimento na rede e melhorar o fornecimento de medicamentos.”

Turismo.

“O Rio voltou a ser o principal destino turístico do Brasil, graças a uma série de ações que implementamos para devolver à cidade sua vocação de ser vitrine do país. Em parceria com o governo federal, recuperamos o Aeroporto do Galeão, que trouxe novos voos e passageiros. Voltamos a investir em grandes eventos culturais, gerando receita e empregos. O impacto econômico do último carnaval foi de R$ 5 bilhões, já o Réveillon movimentou outros R$ 3 bilhões. A expectativa é que o Rock in Rio impulsione a economia em R$ 1,7 bilhão. Temos apostado também no turismo de negócios, religioso e ecoturismo. De 2021 a 2023, recebemos 5,6 milhões de turistas. Vamos seguir investindo nesses eventos que, além de atrair visitantes, arrecadam impostos com hotelaria, bares, restaurantes e o comércio em geral, e ainda beneficiam taxistas e motoristas de aplicativo. Criaremos um Fundo do Turismo que financiará a promoção da cidade no exterior e um programa de qualificação para o setor turístico.”

População de rua.

“Trabalhamos para ampliar a assistência com ações de acolhimento, capacitação e ressocialização. Desde 2021, aumentamos em 75% as vagas em abrigos e dobramos as pessoas nos programas sociais. Criamos o projeto Prato Feito Carioca com 32 Cozinhas Comunitárias que, junto com os Restaurantes Populares, serviu mais de 8,2 milhões de refeições. No caso dos dependentes químicos, é dever do poder público ampará-los e é o que fazemos com o programa Seguir em Frente. Para não deixá-los entregues à própria sorte, quando se faz necessária a internação, agimos a partir de pareceres médicos e com base na lei. O projeto já atendeu 3 mil pessoas, dando condições para a reinserção profissional e apoio à moradia. Temos ainda o Consultório de Rua, com 14 equipes e 11 mil pacientes. Vamos implantar o programa de transferência de renda Carioquinha, destinado a famílias vulneráveis com crianças até 6 anos, mais Cozinhas Comunitárias, Restaurantes Populares e acolhimento de 7 mil pessoas em situação de rua.”

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