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Disputa entre milícia e tráfico causou oito mortes em janeiro de 2024

TRE vai tirar 50 seções eleitorais de áreas dominadas pelos paramilitares na Zona Oeste do Rio

Por Da Redação
26 jan 2024, 13h49
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Vandalismo: ônibus incendiados por milicianos e traficantes são triste rotina no Rio (Globonews/Reprodução)
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As disputas de milicianos pelo domínio de territórios, o que permite a lucrativa prática da extorsão contra moradores e comerciantes, já deixou pelo menos oito mortos e dez feridos desde o início deste ano no Rio. No primeiro mês de 2024, já houve invasão e tiroteio em pelo menos quatro regiões da Zona Oeste: Rio das Pedras, Muzema, Praça Seca e Gardênia Azul. De quarta (24) para quinta (25), por exemplo, traficantes do Comando Vermelho tentaram retomar o controle da Gardênia Azul após a entrada de milicianos na região. No confronto foram registradas duas mortes. Não por acaso, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) vai tirar 50 seções eleitorais de áreas da milícia na região.

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Os grupos milicianos brigam pela sucessão de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que se entregou à Polícia Federal em dezembro do ano passado sem deixar sucessor definido. Paramilitares e traficantes também se enfrentam, buscando ampliar suas áreas de atuação após a prisão do chefão. O movimento inicial para a guerra nas comunidades foi a formação de uma espécie de “consórcio” entre milicianos de Jacarepaguá. Segundo o jornal O Globo, as investigações apontam que alguns paramilitares se uniram para tentar tomar trechos da Gardênia, após a comunidade ter sido tomada por traficantes no ano passado. Com a investida dos milicianos, criminosos do Comando Vermelho, que hoje dominam a região, se deslocaram para Rio das Pedras, comunidade dominada pela milícia, em uma tentativa de fazer com que os paramilitares recuassem. Lá, três pessoas ficaram feridas e uma foi morta após intenso tiroteio.

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Neste contexto, o novo presidente do TRE, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, pretende mudar algumas seções de zonas eleitorais em regiões na Zona Oeste sob o domínio de paramilitares. O objetivo é garantir o pleito em áreas dominadas por milícias. Este ano haverá eleições municipais, em que serão eleitos prefeito e vereadores. Já foram mapeados 50 locais de votação que sofrerão alterações. As transferências, segundo Figueira, em entrevista ao jornal O Globo, serão feitas a partir de dados da inteligência das polícias federal, rodoviária, civil e militar, e Guarda Municipal, além dos ministérios públicos federal e estadual. “A gente tem que garantir a segurança dos eleitores, dando-lhes total liberdade para votarem sem qualquer tipo de pressão. Na verdade, não só a deles, mas também a dos candidatos durante a campanha eleitoral. Eu falo na liberdade de ir e vir das pessoas de maneira geral”, disse ele.

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