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Rio: comércio de rua teve perda de 80% nas primeiras semanas de julho

As informações foram divulgadas pelo CDL e SindilojasRio

Por Agência Brasil
28 jul 2020, 17h25
Saara: é considerado o maior shopping a céu aberto, o Saara viu as ruas vazias no Centro desde a chegada do home office (Redação Veja rio/Divulgação)
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O comércio de rua do Rio acumulou perdas de 80% nas primeiras semanas de julho, apesar da flexibilização das atividades autorizada pela prefeitura carioca no final de junho passado. Atualmente, as perdas estão, em média, entre 50% e 60%, disse nesta terça (28) à Agência Brasil o presidente do Clube dos Diretores Lojistas do Rio (CDL Rio) e do Sindicato de Lojistas do Comércio (SindilojasRio), Aldo Gonçalves. As duas entidades representam 25 mil lojistas. “E não há nenhum sinal de recuperação”, apostou. “Só para aqueles que conseguirem sobreviver. E serão poucos”.

Gonçalves afirmou que o fraco movimento se deve a dois motivos principais. O índice de desemprego no estado, que já era o maior do país, aumentou muito, porque “houve muita redução de contratos de trabalho, de jornada e, consequentemente, redução de salários. Então, tem muita gente sem emprego ou com orçamento reduzido e não pode comprar. Há também ainda receio da doença (covid-19), mas principalmente é a questão do desemprego”. Segundo o presidente do CDL Rio, o comércio está sem perspectiva no curto prazo. “Mas os camelôs estão a pleno vapor”, criticou, referindo-se ao comércio informal, considerado um dos grandes entraves ao desenvolvimento das lojas legalizadas.

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O presidente da Sociedade dos Amigos da Rua da Alfândega e Adjacências (Saara), Eduardo Blumberg, disse à Agência Brasil que o problema no comércio do centro da capital fluminense foi o home office (trabalho em casa). “Muitas empresas deram home office até o final do ano e isso está derrubando muito o centro. Sem contar que falta turistas na cidade. São essas dificuldades do pequeno empresário. O movimento caiu muito”. A queda foi de 50%, na média, indicou Blumberg.

Alguns comerciantes conseguiram se recuperar porque se adaptaram rapidamente às vendas pela internet, com propaganda nas mídias sociais. “Isso ajudou muito o comércio, mas nós estamos sentindo muito a falta da pessoa que trabalha nas redondezas, que é o grande consumidor do centro da cidade”.

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Dia dos Pais

Na avaliação do presidente do CDL Rio e Sindilojas, Aldo Gonçalves, é difícil ter expectativa positiva para o Dia dos Pais, “porque as pessoas estão sem dinheiro”. Lembrou que no ano passado, devido à crise econômico financeira do estado, todas as datas comemorativas tiveram resultados negativos. Com a pandemia do novo coronavirus, o problema se agravou. “Não se pode esperar um milagre”, disse Gonçalves.

O presidente da Saara, Eduardo Blumberg, também está pessimista, além de considerar a data comemorativa uma das mais fracas do ano normalmente. “Não acredito que vá ter aumento das vendas este ano. Em relação ao ano passado, vai cair”.

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Blumberg afirmou que falta financiamento para os pequenos empresários. Embora já se veja uma quantidade significativa de pessoas nas ruas que compõem a Saara, ele comentou que nem de longe esse movimento se aproxima do grande volume de pessoas “que a gente está acostumado a ver na região, principalmente na hora de pico do almoço, entre 11h30 e 14h. Você vai ver muitas pessoas. Mas o nosso volume de pessoas é muito maior que esse”.

Na Rua da Carioca, também no centro da cidade, a maioria das lojas se encontra fechada. As que ainda resistem tiveram de efetuar cortes nos quadros de funcionários. Na zona sul, a situação não é diferente. Muitos lojistas estão sendo obrigados a encerrar os negócios porque não têm condições de bancar as despesas.

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