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Caso Marielle: ex-chefe da DH faltou a julgamentos por não ter computador

Acusado de atrapalhar as investigações do homicídio da vereadora, Giniton, Lages alegou que não pode comprar equipamento ganhando um salário mínimo

Por Da Redação
8 jul 2024, 17h02
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Giniton Lages: "Ele não compareceu porque está com tornozeleira. O ministro autorizou que fosse por videoconferência, mas os equipamentos foram apreendidos durante as buscas na casa dele, e ele não tem como comprar nada com o que vem recebendo", disse advogado do ex-chefe da Delegacia de Homicídios da Capital (Internet/Reprodução)
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Ex-chefe da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Giniton Lages foi chamado para ser ouvido como testemunha em dois julgamentos de réus já investigados por ele, mas alegou estar “impossibilitado” de participar da videoconferência. O motivo? Por e-mail, Lages respondeu à Justiça que não tinha condições financeiras de comprar computadores ou notebook com placa de vídeo e câmera porque a Justiça bloqueou sua remuneração, restringindo-a ao valor de um salário mínimo. Os réus foram condemandos, mas um dos juízes decidiu aplicar uma multa correspondente a 10 salários-mínimos pela falta. As informações são do jornal O Globo.

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Quando estava à frente da DHC, em 2018, Giniton teria atrapalhado a apuração do homicídio da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, segundo as investigações da Polícia Federal. Em 24 de março de 2019, ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou o uso de tornozeleira eletrônica e o bloqueio do salário de cerca de R$ 25 mil do acusado. Dias depois, Moraes decidiu o desbloquear o valor de um salário mínimo para a subsistência de Giniton.

Por isso, quando foi chamado para depor como testemunha nos julgamentos dos irmãos Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, e Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão, integrantes do Escritório do Crime, em 29 de maio, e dos réus Orlando de Oliveira Araújo, o Orlando Curicica, e Renato Nascimento Santos, o Renatinho Problema, em 26 de junho, Giniton alegou o impedimento. Os dois primeiros foram julgados pelo homicídio do contraventor Marcelo Diotti da Mata, sendo condenados a 26 anos e 8 meses em regime fechado, no 4º Tribunal do Júri da Capital, presidido pelo juiz Gustavo Kalil. Para o segundo julgamento, o de Curicica e de Renato, o juiz do 3º Tribunal do Júri, Cariel Bezerra Patriota, chegou a pedir ao ministro Alexandre de Moraes autorização para que Giniton participasse por videoconferência. Ainda assim, o delegado enviou um e-mail pessoal para a vara, comunicando a ausência. O magistrado, porém, decidiu aplicar-lhe a multa de 10 salários mínimos pela “falsa alegação de que não possuía renda ou dispositivo informático próprio, ou alheio para se conectar”.

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“Como vai pagar multa? É injusto! Ele não compareceu porque está com tornozeleira. O ministro autorizou que fosse por videoconferência, mas os equipamentos foram apreendidos  durante as buscas na casa dele, e ele não tem como comprar nada com o que vem recebendo. Por que o ministro não o autorizou a comparecer presencialmente? Ele teria ido aos julgamentos”, disse ao Globo o advogado de Giniton, Alexandre Dumans.

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