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Angra dos Reis é a segunda cidade no Brasil em que a polícia mais mata

Problema da criminalidade não é resolvido e município está entre os 50 mais violentos do país

Por Redação
29 jul 2024, 13h18
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Angra: violência policial não reduz criminalidade, segundo pesquisa (Internet/Reprodução)
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A letalidade policial em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio, local de paisagem privilegiada e ponto de veraneio de luxo, atinge recordes sobre os quais é preciso refletir, fazendo da cidade o segundo local onde a polícia mais mata no Brasil.

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Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública consideram as taxas a cada 100 mil habitantes. Em 2023, foram 71 registros, número que equivale a uma taxa de 42,2% no ranking nacional. Em primeiro lugar, está a polícia de Jequié, na Bahia, com 74 mortos.

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A letalidade policial é mensurada durante os confrontos entre agentes e criminosos, e parte deles acontece em comunidades locais que são divididas pela BR-101. Há mais de 35 favelas na região, isoladas umas das outras. Por esse motivo, a sensação de segurança e de violência acaba sendo observada de forma diferente no município.

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André Rodrigues, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Política e Violência, da Universidade Federal Fluminense (UFF), disse a  O Globo que a sensação de segurança em Angra está ligada ao perfil de combate da polícia, o que não reflete a situação real do município, que está entre as 50 cidades mais violentas, segundo o anuário.

“Angra tem alta taxa de letalidade violenta, ou seja, não é segura do ponto de vista dos indicadores de segurança. Então, essa impressão de tranquilidade tem a ver, inclusive, com esse processo de policiamento baseado em operações e brutalidade, o que gera essa sensação de combate ao crime. É muito comum a ostensividade ser usada como resposta, o senso comum acredita que as mortes de criminosos são benéficas, mas as pesquisas mostram o contrário. A falta de controle sobre a força policial instiga a criminalidade, a compra de armas, uma organização maior das facções. Trabalhos de inteligência, com menos mortes, são mais eficazes na dissolução desses grupos”, afirmou o especialista.

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Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que, de 2018 a 2023, houve 304 mortes pela polícia em Angra. Somente naquele ano, foram registrados 51 casos, 25 a mais do que no anterior. Depois, o valor se manteve, com pequena queda em 2020 e 2021, na pandemia, quando 40 e 34 mortes foram notificadas, respectivamente. Em 2022, foram 58.

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